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Mercado

Dos 3,2 bilhões de ovos produzidos no RS cerca de 5% são de aves livres

Movimento ganhou força a partir de 2016, com pressões para que as granjas abandonem as gaiolas

Dos 3,2 bilhões de ovos produzidos no RS cerca de 5% são de aves livres

Conforme a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), dos cerca de 3,2 bilhões de ovos produzidos anualmente no Estado, de 3% a 5% resultam de criações de aves livres. Diretor-executivo da entidade, José Eduardo dos Santos sublinha que o movimento ganhou força sobretudo a partir de 2016, com pressões para que as granjas abandonem as gaiolas.

“A criação de aves livres é um modelo relativamente novo no país e mais estruturado na Europa. Nos últimos anos, com o pedido de ONGs (organizações não governamentais) que buscam o fim das gaiolas, o sistema tem se estruturado” frisa Santos.

Entre 2016 e 2017, por exemplo, redes de restaurantes como McDonald’s, Burger King e Giraffas anunciaram que, a partir de 2025, só comprarão a mercadoria de fornecedores que criam galinhas fora de gaiolas.

“É um mercado interessante para quem deseja empreender. O Brasil está no caminho de evolução”, defende Santos, que ao mesmo tempo critica a imposição a qualquer custo das mudanças.

Em janeiro deste ano, foi a vez de a Aurora Alimentos confirmar decisão em favor do fim das gaiolas. Com sede em Santa Catarina, a cooperativa se comprometeu a usar, em até sete anos, apenas ovos provenientes de aves livres.

“É um movimento ainda incipiente no Brasil. Ganhou mais força nos últimos anos”, assinala o presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra.

Na Filippsen, cerca de 30% da produção resulta da criação de aves livres. Até o fim deste ano, a granja gaúcha pretende elevar o percentual para 50%. Antes de aumentar a aposta no modelo, a diretoria da empresa buscou inspiração em aviários de países como Holanda e França.

“Começamos com a criação de aves livres em 2009. Quando fui à Europa, no ano passado, vimos que estamos no caminho certo”, sustenta Filippsen.

Um dos entraves apontados por especialistas para a disseminação do modelo no país é o custo de produção mais elevado na comparação com o sistema de gaiolas. A ração servida às aves livres requer ingredientes especiais, o que encarece o preço cobrado pelos ovos ao consumidor final nas gôndolas dos supermercados.

“Existem aviários com gaiolas que recebiam 20 mil galinhas. Com o modelo de aves livres, a capacidade desses mesmos espaços pode cair para 6 mil, por exemplo. Apesar disso, é um modelo que avançará muito, e talvez os custos caiam por conta do crescimento”, acrescenta Filippsen.