Redação SI 18/02/2003 – O mercado brasileiro de carne suína começa a sofrer os efeitos do embargo russo à Santa Catarina. Com as exportações paralisadas desde o fim de dezembro, os frigoríficos do Estado acumulam estoque de 30 mil toneladas, segundo fontes do setor. O volume não é maior porque as empresas estão direcionando à Rússia os animais abatidos em plantas localizadas em outros Estados. Os representantes do Sindicato da Indústria da Carne de Santa Catarina (Sindicarnes) preferiram não comentar o assunto.
O preço pago ao criador catarinense permanece estável em R$ 1,45 por quilo vivo desde dezembro. “Mas se o mercado russo não for reaberto, os preços podem cair, pois as agroindústrias estão reduzindo o abate”, diz Paulo Tramontini, presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos.
No Rio Grande do Sul, a tendência dos preços é de alta. Com os frigoríficos atendendo à Rússia por meio de plantas situadas no Estado, cresceu a demanda por animais e o preço ao criador independente subiu de R$ 1,45 em dezembro para R$ 1,70 hoje, segundo a Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul. “O Estado está recuperando seu espaço na exportação, perdido na época dos focos de aftosa”, diz Gilberto Moacir da Silva, presidente da entidade.
Segundo informações da assessoria de imprensa, a Aurora está exportando para a Rússia através das unidades de Sarandi (RS) e São Gabriel D”Oeste (MS). A Seara, maior exportadora brasileira de carne suína, passou a atender o mercado russo pela unidade de Dourados (MS), informa a empresa. A planta localizada em Seara exporta hoje para mercados como Hong Kong, Singapura e Argentina. O Frigorífico Riosulense Pamplona não possui plantas fora de Santa Catarina. “Estamos buscando outros destinos como a Argentina. Não será tão fácil quanto exportar para a Rússia, mas é possível”, diz Jacir Pamplona, diretor de suprimentos da empresa.