Redação (06/11/2007)- A partir desta semana, o Banco do Brasil vai disponibilizar uma nova lista às empresas que comercializam produtos agrícolas e que têm produtores em situação de débitos, ou seja, aqueles que tiverem seus nomes na relação poderão quitar a inadimplência por meio do Fundo de Recebíveis do Agronegócio (FRA). A informação foi apurada ontem com o diretor administrativo da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Ricardo Tomczik. Vale ressaltar ainda que nesse primeiro momento, o produtor não participa do processo. A negociação fica por conta do banco com a empresa que tem a receber.
Num segundo momento, as próprias empresas vão entrar em contato com os agricultores a fim de comunicá-los da liberação do recurso e recolher a assinatura dos contemplados. A partir dessa etapa, será feito o cálculo do saldo devedor, pelo qual as partes serão beneficiadas – o comércio por receber a pendência e o produtor por conseguir crédito para viabilizar mais uma safra que. Por conta da pendência financeira junto aos revendedores de insumos, há demora na liberação dos recursos de custeio e isso já implica em algumas perdas no campo, entre elas, a demora no período do plantio, indicado para ser realizado em fins de outubro.
Para essa renegociação dos débitos, o FRA prevê a liberação de R$ 2,2 bilhões, 120% acima do que estava prevista na primeira proposta apresentada em julho, quando o recurso ficava na faixa de R$ 1 bilhão. Com o reajuste na operação amplia o volume de beneficiados em 40% e com isso os produtores devem contribuir com 10% do valor da dívida e os fornecedores com 20% do valor do crédito para a composição do fundo. Já no que se refere ao pagamento, o produtor terá um prazo de quatro anos, em quatro parcelas anuais, a partir de 2009, com juros de 5% ao ano.
O prazo para a contratação dos recursos vai até 28 de dezembro. Nesse período os produtores que tiverem seus nomes na relação aprovada pelo Banco do Brasil devem ser procurados pelas empresas e comunicados da liberação do benefício, sem esquecer que esse processo será formalizado através de assinaturas dos receptores/agricultores. A lista, devidamente assinada retorna ao banco que procede realizando o pagamento das dívidas rurais nos estabelecimentos comerciais do setor.
LIMITE
Ainda conforme Tomczyk, o Banco do Brasil vai implantar um sistema de renovação de linhas de créditos aos produtores rurais. “A principal finalidade é quitar o limite vencido”, afirmou. Nesse sistema, os produtores são classificados de acordo com a gravidade de cada situação. “Aqueles considerados de risco A, B e C, terão direito ao benefício por meio do pagamento automático. Os demais, enquadrados em situação de risco D e outros agravantes, devem procurar as agências e negociar cada caso com o gerente ou responsável pelo setor”, explicou.
Mesmo sendo novidade, o “sistema” é visto pelo representante da classe dos produtores rurais da cidade como positivo para regularizar as pendências. “Ainda não foram estabelecidas regras para a operacionalização do benefício, mas nessa semana mesmo devemos receber alguma orientação sobre esse assunto”, crê.