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Empresas do RS retomam abates gradativamente

<p>Atentas aos desdobramentos da gripe aviária na Ásia e na Europa, as indústrias de carne de frango do Rio Grande do Sul estão retomando gradativamente os abates, mas ainda em nível inferior ao registrado antes da crise de demanda provocada pelo temor da doença nos países importadores.</p>

Redação (29/05/06) – “Os pedidos dos clientes da Europa e do Oriente Médio estão aumentando, e as empresas estão voltando cautelosamente a ativar seus sistemas de produção”, diz o secretário executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Eduardo Santos.

Segundo ele, o alojamento de pintos no Estado recuou de 54 a 56 milhões de cabeças mensais até janeiro para 47 milhões em fevereiro e chegou ao fundo do poço em março, com 36 milhões. Em abril, a curva inverteu-se e o volume chegou a 42,7 milhões e em maio não deve passar de 45 milhões de pintos, calcula o executivo.

A produção de carne de frango até abril no Estado caiu 11% em comparação com o mesmo intervalo de 2005, para 275 mil toneladas, sendo 68% destinados ao exterior. Mas como a idade de abate das aves é de 45 dias, o efeito da maior redução do alojamento, em março, será sentido em maio. Em média, as empresas gaúchas estão abatendo de 10% a 15% a menos do que em 2005, e a expectativa da Asgav é de reação no segundo semestre e que o setor consiga pelo menos empatar com as 942 mil toneladas produzidas em 2005.

Após 45 dias de férias coletivas concedidas a 3 mil funcionários dos frigoríficos de Porto Alegre e Lajeado, no Rio Grande do Sul, e Dourados (MS), a Avipal retomou os abates dia 15 passado. Segundo o superintendente Rami Goldfajn, o ritmo de produção nas três unidades ainda está na faixa de 500 mil aves por dia, 23% abaixo do volume anterior à paralisação. A expectativa é voltar aos níveis do fim de 2005 até dezembro.

“Estamos otimistas”, afirma. Segundo ele, os preços dos produtos e os volumes das encomendas apresentam melhoras “significativas” e junto com o dólar um pouco mais valorizado nos últimos dias, a tendência para os próximos meses é “positiva”. Goldfajn disse ainda que não retomou as contratações, mas espera que isso possa ocorrer “logo”. De janeiro a abril a Avipal demitiu 900 funcionários por conta dos reflexos da gripe aviária e de um processo de reestruturação interna.

A orientação da Asgav é que os associados não voltem ao ritmo normal de alojamentos e de abates antes de uma definição mais clara sobre o comportamento do mercado internacional no segundo semestre.