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Especialista alerta

<p>O suinocultor tem que focar o consumidor em primeiro lugar.</p>

Redação (05/04/07) – “O suinocultor tem que sair da caixa, pensar fora dos paradigmas do setor”. A mensagem direta, simples e contundente foi passada ao Argumento Suíno por Alberto Serrentino, um renomado especialista em marketing de varejo, antecipando o tema central da palestra que fará no 12º Seminário do Desenvolvimento da Suinocultura, em Cuiabá. Para Serrentino, o segmento tem uma grande vantagem: “vocês entram nessa guerra sabendo que os atributos do produto são maiores do que as qualidades percebidas pelo consumidor – ou seja, vocês têm o que comunicar”.

Serrentino mostrou-se impressionado com os percentuais de aumento de venda registrados pela campanha “Um Novo Olhar Sobre a Carne Suína”, reforçando que o caminho escolhido é lento, mas deverá render bons frutos no longo prazo. “Não é uma questão que se resolva com mídia de massa – essa área exige dinheiro demais”, comentou, acrescentando a necessidade de trabalhar no produto, no seu posicionamento, na integração entre indústria, varejo e distribuição. Além disso, ele acredita que é imprescindível agregar a reeducação do consumidor. Isto tudo junto sinaliza um processo de maturação lenta, porém muito eficiente, considera o especialista.

Serrentino analisou positivamente o ritmo de disseminação da campanha “Um Novo Olhar” no varejo, acentuando o fato de que “à exceção de algumas redes mais ousadas, esse negócio de diferenciação, de mudança de hábitos, de percepção, dá muito trabalho e pouca gente quer enfrentar essas realidades”. E lembrou o caso do peixe: “esse produto não tem problema de imagem, é saudável, moderno, leve, mas tem dificuldades de comercialização porquê os consumidores não sabem prepara-lo, nem demonstram querer aprender”. A solução, neste caso, segundo ele, é tirar essa carga dos ombros do consumidor: “e o caminho para tirar o stress é oferecer o produto semi-pronto”.

Pensar a partir do cliente

Alberto Serrentino defende a realização de uma pesquisa estruturada
na categoria. Sempre pensando o processo a partir do consumidor e não dos produtores, do supermercado ou da indústria. “O varejo é míope em relação ao consumidor, mais uma vez excetuando algumas redes que trazem a preocupação da diferenciação em seu DNA”, comentou. Ele acentua que raros são os pontos de venda que trabalham com inteligência de mercado – “a grande massa é intuitiva, limitando as ações à perspectiva da área comercial”.

Diante da informação de que o consumo per capita de carne suína no Brasil é quase quatro vezes inferior à média registrada na União Européia, Alberto Serrentino disse que “desafios como esse exigem a reconstrução da visão da cadeia de trás para a frente, do consumidor até o produtor, passando pela distribuição, pela indústria e pelo varejo.

Para Serrentino, se as ações não forem integradas e destinadas a sensibilizar o consumidor, resultarão num trabalho inócuo: “Convencer o varejo é importante, mas primeiro temos que pensar no consumidor, nas ações que resultem em aumento de demanda na ponta”, concluiu Serrentino.