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Combustível

Etanol sobe 3,5% em SP

Combustível perde competitividade. Preços já equivalem a 69,8% do preço da gasolina nos postos.

Os preços do etanol no Estado de São Paulo subiram, em média, 3,5% e já equivalem a 69,8% do preço da gasolina nos postos de combustíveis. Os dados, referentes à semana passada, são da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e mostram que abastecer com etanol no Estado está próximo de não ser mais vantajoso, condição que ocorre quando o litro do biocombustível passa a valer 70% do preço da gasolina.

Na semana anterior, esse percentual estava em 67,9% na média do Estado. Em todo o país, o Estado em que o etanol apresenta a maior vantagem é em Mato Grosso. Lá, o litro do etanol vale R$ 1,96, o equivalente a 67% do preço da gasolina (R$ 2,888), que também é um dos maiores do país.

Em algumas regiões paulistas a viabilidade já foi perdida. É o caso de Ribeirão Preto (SP), região tradicional na produção de cana-de-açúcar do Estado. Na última semana, o litro do etanol no município passou a custar R$ 1,952, equivalente a 73% do preço da gasolina, segundo a ANP. Especialistas afirmam que mercados menores que São Paulo, como Ribeirão Preto, têm menor concorrência entre postos de gasolina, que vinculam mais diretamente seus preços ao valor comprado das usinas. Como na média do Estado, na capital paulista o litro do etanol equivale a 69,74% do litro da gasolina.

Mas na prática, diz Tarcilo Rodrigues, da comercializadora de etanol Bioagência, a maior parte dos consumidores não compara preços diariamente, e só começa a fazer conta quando o etanol atinge 75% do preço da gasolina. “Com 80%, o consumidor começa a reagir, de fato”, diz Rodrigues.

A elevação mais recente das cotações do etanol nos postos de combustíveis se deveu às altas ocorridas na usina a partir da segunda quinzena de agosto. O litro do hidratado saiu do patamar de R$ 1,15 em 12 de agosto e fechou o mês passado a R$ 1,2468, segundo o Cepea/Esalq, valorização de 8,4% em 15 dias. “Essa alta chegou ao consumidor final apenas na semana passada quando possivelmente houve uma queda no consumo”, afirma Alísio Mendes Vaz, presidente-executivo do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom).

No Estado de Mato Grosso – onde o preço da gasolina também é um dos mais elevados do país – essa alta nos postos de combustíveis chegou a 14% na semana passada, segundo dados da ANP.

Mas com a redução da mistura do anidro na gasolina, os preços do etanol na usina voltaram a recuar e uma parcela dessa retração deve recair nas bombas de combustíveis, diz Vaz. Na semana passada os preços do hidratado na usina caíram 1,61% para R$ 1,22 o litro, segundo o Cepea/Esalq. Ontem, o indicador Paulínia Esalq/BM&F para o hidratado desvalorizou-se 0,47% fechando a R$ 1.268,50 o metro cúbico (m3).

Rodrigues que até o fim da entressafra as cotações vão subir mais na usina, mas provavelmente não de forma brusca, pois neste momento já estão altas para equilibrar o consumo com a oferta de etanol disponível.