Redação (12/12/06) Neste período os produtores de suínos vêm acumulando sérios prejuízos em razão do baixo preço praticado no mercado interno e, neste momento, a situação está insustentável, pois a falta de perspectivas para 2007 desestimula os suinocultores, somado aos prejuízos que acumulam em um ano.
Inúmeras ações foram feitas, tanto para reverter o embargo, como para minimizar os prejuízos dos suinocultores. Uma comitiva catarinense liderada pelo Governador e com a companhia do presidente da ACCS, Wolmir de Souza, esteve na Rússia ainda em janeiro buscando reverter a situação. Voltaram com a promessa de que os russos voltariam a comprar o produto em breve, o que não ocorreu ao longo de 2006. Outras viagens com este propósito foram feitas e nenhum resultado positivo foi obtido.
Inúmeras ações foram feitas, iniciadas pela ACCS e continuadas pelos Núcleos Municipais de Criadores de Suínos, com apoio de alguns supermercados no decorrer do ano, aliviaram os estoques de carne que se acumulavam nas propriedades, ainda como suíno vivo ou nos abatedouros. Redes supermercadistas reduziram consideravelmente os preços, fazendo com que o consumidor adquirisse maior quantidade de carne suína. As promoções feitas por suinocultores, vendendo o produto em praças e locais públicos, chamou a população e toneladas de carne foram comercializadas em questão de horas.
Mas mesmo com todo este trabalho, a situação não foi revertida, apenas amenizando os prejuízos que os suinocultores estavam tendo com os animais represados nas propriedades e consumindo ração.
Com a quebra profunda nas exportações, o valor pago pelo suíno começou a recuar. O suíno que está sendo vendido a R$ 2.05 em outubro de 2005, acabou chegando a R$ 1.20 em julho de 2006, no auge da crise. Atualmente o valor pago pelo produto é de R$ 1.55 à R$ 1.60 dependendo da agroindústria.
Ao longo do ano de 2006, os produtores seguiram acumulando um prejuízo de aproximadamente R$ 50,00 por suíno terminado. Como Santa Catarina produz em torno de 600 mil cabeças por mês, o prejuízo é de R$ 30 milhões e se multiplicado aos 12 meses, chega-se ao total de R$ 360 milhões.
Nesta trajetória, inúmeros produtores deixaram a atividade, outros tantos venderam seus plantéis para as agroindústrias, acelerando ainda mais o processo de verticalização e tirando do suinocultor nato, o papel principal da atividade. Agora as esperanças se renovam, pois em maio de 2007 haverá reunião da OIE e Santa Catarina vai encaminhar documentação para que o Estado seja considerado livre de febre aftosa sema vacinação, o que será um grande avanço na questão sanitária e de mercado.
Exportamos para mais de 30 países, mas o principal cliente é a Rússia. Entre 50% e 60% das exportações vão para lá, por isso nossa angústia, afirmou o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, Wolmir de Souza. Ele confirmou que uma das razões do embargo seria o desequilíbrio na balança comercial bilateral e explicou que para cada US$ 5 exportados para a Rússia, o Brasil importa US$ 1 daquele país.
Nesse ano, até setembro, o Brasil exportou US$ 2,313 bilhões para a Rússia, sendo US$ 201 milhões só no mês de setembro. O produto brasileiro mais vendido a esse país foi o açúcar em bruto (US$ 894 milhões), seguido de carne de bovino congelada (US$ 397 milhões) e de carne suína (US$ 335 milhões).