Os limites impostos pelo aumento da oferta de gado para abate no País à valorização dos preços da carne bovina praticados no mercado doméstico tende a estimular as vendas do produto nas festas de fim de ano, acreditam especialistas e executivos do segmento. O aumento de custos – derivado da disparada dos grãos – na avicultura e na suinocultura, que normalmente comemoram incrementos expressivos de demanda no período, provocou um encarecimento “anormal” dessas carnes e tirou parte de suas competitividades em relação à bovina.
Segundo a Jox Assessoria Agropecuária, no dia 22 o quilo do frango inteiro resfriado in natura no atacado de São Paulo saiu, em média, a R$ 3,15, ante R$ 2,63 no início de julho e R$ 2,85 no começo de janeiro. Já o quilo do traseiro bovino no atacado paulista saiu por R$ 8 no último dia 22, contra R$ 7 no início do segundo semestre e R$ 9,10 no primeiro dia útil de 2012.
Nesse contexto, Fernando Queiroz, presidente da Minerva Foods, terceiro maior frigorífico de bovinos do país, atrás de JBS e Marfrig, vem repetindo que o Brasil terá neste ano o “Natal da carne bovina”, já que o produto está mais competitivo. Em rápida entrevista no Salão Internacional da Alimentação (Sial), em Paris, ele estimou que os preços dos grãos devem continuar elevados no médio prazo, o que afeta o frango.
O fato de o Natal e o Ano Novo caírem em terças-feiras também pode estimular o consumo de carne bovina, afirma James Cruden, CEO da divisão bovinos da Marfrig. Por causa disso, diz, deve haver demanda também para churrasco nos dias que antecedem as datas.