Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Exportação

Exportação chega perto do recorde

Avicultura do Brasil deve exportar 6,15% a mais em volume total de carne de frango sobre 2009. Recorde atual aconteceu em maio de 2008, quando o País enviou 361,4 mil toneladas.

Impulsionada por tecnologia, a avicultura do Brasil deve bater recorde de exportação em 2010. Estimativa da Safras & Mercado aponta para até o fim do ano um volume total de carne de frango embarcada de 3,864 milhões de toneladas, alta de 6,15% sobre 2009. A produção nacional também segue em ritmo de crescimento, com avanço de 8,33%. Em 2010, o País deve produzir, ainda de acordo com a Safras, 11,969 milhões de toneladas de frango.

Para atender as exigências do mercado internacional, segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras, o produtor, especialmente do sul do País, tem investido cada vez mais em tecnologia, matrizes e genética.

Os maiores estados produtores da carne – Santa Catarina, Paraná e o Rio Grande do Sul – são os que mais investem em ganho de produtividade e qualidade. De acordo com Iglesias, o desenvolvimento do setor acompanha a evolução econômica do País. “O aumento na renda puxa o consumo de carne”, diz.

Levantamento da Safras mostra ainda que nos meses de julho e agosto as exportações de frango do Brasil foram as mais elevadas do ano. Julho registrou 360,5 mil toneladas de frango exportadas, alta de 13,66% sobre os números do mesmo período em 2009. Agosto teve 347,9 mil toneladas, avanço 15,49% nos embarques ante o registrado no ano anterior. “O recorde de exportação foi em maio de 2008, quando o País enviou 361,4 mil toneladas”, afirma.

Para Paulo Figueiredo, engenheiro mecânico e especialista em desenvolvimento de produtos da sueca Husqvarna, os investimentos em mecanização da produção e melhoria na infraestrutura nos aviários aumentam a produtividade, a prevenção de doenças, com consequente redução do custo de produção. A Husqvarna, multinacional especializada no desenvolvimento de tecnologia para o manejo no setor agropecuário, aposta no Brasil com o lançamento do kit aviário, composto pelo Motocultivador TR 430, e duas opções de sopradores, 125BVx e o 356BTx, ambos responsáveis pela higienização da granja.

De acordo com Figueiredo, o uso desses equipamentos impede que calos sejam formados nos pés e peito das aves. “Quando o frango apresenta calos é descartado para exportação”, diz.

O investimento de no máximo R$ 8 mil com o kit, segundo Figueiredo, é devolvido em rentabilidade em sete meses. “Os dejetos das aves que são jogados fora, com o kit podem se transformar em composto orgânico para produção de café e laranja”, explica.

O preparo do solo, que gira em torno de R$ 4 mil a R$ 4,5 mil, segundo o engenheiro, sem as máquinas deve ser feito a cada quatro ciclos de aves na granja. Com os equipamentos, o solo pode ser refeito a cada sete ou oito ciclos.

Para o analista, o aumento da demanda externa e da produção nacional permite que o Brasil busque mercados, além dos tradicionais países árabes, Japão, China e Rússia. “É preciso buscar países em desenvolvimento, como Indonésia e Índia”, diz.

No entanto, de acordo com Ricardo Gouvêa, diretor executivo da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), apesar do setor trabalhar na melhoria de mercado, na ponta da cadeia, a rentabilidade não acompanha o movimento altista. “O governo precisa mudar a política cambial.”

Ovo fértil – A demanda do mercado externo por ovos férteis para matrizes é uma nova tendência para o setor brasileiro. “Apesar de ainda não possuirmos dados consolidados, a procura por matrizes tem aumentado significativamente”, afirma Iglesias.