Redação (11/01/07) – Os embarques do produto caíram 15,5%, saindo de 625.075 toneladas para 528.192 toneladas, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs). Já a receita com as vendas externas recuou 11,2% em 2006, para US$ 1,037 bilhão.
O embargo russo às carnes suína e bovina brasileiras foi imposto em dezembro de 2005 logo após o surgimento de focos de aftosa no Mato Grosso do Sul e no Paraná, e foi sendo aos poucos aliviado no decorrer do ano passado. No entanto, a restrição à carne suína de Santa Catarina, principal Estado produtor do país, se mantém.
A medida russa pesa nas exportações de carne suína porque o país é o principal cliente brasileiro para o produto, situação que não se modificou nem com o embargo. Em 2006, segundo a Abipecs, a Rússia comprou 267.689 toneladas de carne suína do Brasil, quase 51% do total embarcado. O volume vendido à Rússia é 33,86% inferior ao de 2005, quando o país comprou 404.739 toneladas. Em receita, as vendas para a Rússia caíram 22,74%, para US$ 622,3 milhões.
Na última semana, a imprensa da Rússia noticiou que importadores locais acreditavam na reabertura do mercado ao Brasil. Mas o presidente da Abipecs, Pedro de Camargo Neto, até evita comentar o embargo do país ao produto brasileiro, o que, segundo ele, não tem justificativa técnica.
Ele destacou, porém, as perspectivas para este ano por conta da esperada visita ainda neste semestre de uma missão da União Européia ao país para avaliar os controles sanitários da suinocultura. Os membros da UE não compram carne suína brasileira. Além disso, Camargo Neto também espera que a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) avalie o pedido Santa Catarina para que obtenha o status de livre de aftosa sem vacinação em sua próxima reunião.
Para o presidente da Abipecs, as vendas este ano podem voltar aos volumes e à receita de 2005 – 625.075 toneladas e US$ 1,168 bilhão, respectivamente – com a continuidade do crescimento em mercados que já ampliaram as compras em 2006. Esse é caso de Hong Kong, que comprou 21% mais, Ucrânia, 130% mais e Cingapura, alta de 52%. A expectativa também é de preços firmes. Em 2006, o preço médio da carne suína exportada subiu 5,10%, para US$ 1.964 por tonelada.
Sobre a acusação argentina de que o Brasil pratica dumping na venda de carne suína, Camargo Neto disse que a disputa, que envolve preços, é entre o produtor e a indústria local e nada tem a ver com o produto brasileiro.