Redação (25/01/07) – Além do endividamento crônico em que se encontram os produtores – em virtude de crises ocorridas anteriormente – novamente os produtores se vêem diante de outra crise ocasionada pelos mesmos fatores que os atordoam já há vários anos. Problemas climáticos, doenças, queda de preços e aumento dos seus custos de produção, provocados em grande parte pela inexistência de uma política agrícola para o setor e também pela atual política econômica do governo. Política na qual prevalecem juros elevados e câmbio valorizado, o que promove forte queda na renda do produtor rural.
Segundo análise realizada pela Gerência Técnica da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), a maior parte dos produtos agropecuários produzidos em Goiás, com exceção da cana-de-açúcar, não trouxeram bons resultados aos produtores. A crise foi maior para os agricultores. Todas as principais culturas produzidas em Goiás – soja, milho, algodão, feijão e arroz – incorreram em perdas para os produtores. A soja, por exemplo, resultou em 13,24% de prejuízo aos produtores, considerando os preços e custos médios de 2006. O milho, 16,08%; o algodão 13,56%; o feijão 16,29% (tendo como base os preços de dezembro de 2006) e o arroz 15,25% de prejuízo.
A atividade pecuária (leite e corte), apesar de estar numa situação mais confortável que a atividade agrícola e dos produtores terem tido pequena recuperação dos seus níveis de preços em 2006, ainda sim quando comparado com o ano anterior, trouxe prejuízos aos seus produtores. No caso da pecuária de corte, por exemplo, os preços da arroba tiveram uma variação negativa de 6,16%, se comparado com o comportamento dos preços em 2005.
Já em 2006 essa variação foi positiva de 7,16%. Aumento este que não foi suficiente para superar o prejuízo de 1,69% que os pecuaristas de corte tiveram de 2005 para 2006, no que se refere aos preços médios recebidos nestes anos (R$ 52,21 por arroba em 2005 e R$ 51,33 por arroba em 2006).
No caso da pecuária de leite, a perda de renda foi um pouco maior do que a observada na pecuária de corte, 10,79% quando considerado o preço médio recebido pelos produtores em 2005 (R$ 0,4829 por litro) e em 2006 (R$ 0,4308 por litro), mesmo com a recuperação de 9,90% nos preços no decorrer de 2006.