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Falta de dinheiro reduz rebanhos

Os produtores de suínos buscam alternativas para amenizar os prejuízos da suinocultura.

Redação SI 09/12/2002 – Os produtores de suínos buscam alternativas para amenizar os prejuízos da suinocultura. Um exemplo é Adelino Ebertz, de Seara, que entregou seus 250 suínos em setembro, após um prejuízo de R$ 9 mil.

Por enquanto ele vai se dedicar apenas ao aviário. Mas outros produtores tentam se manter na atividade em virtude do alto investimento em instalações.

Pedro Griss, de Xavantina, optou por reduzir o plantel de matrizes de 130 para 110. Outros produtores, com Nilson Debona, também de Xavantina, deixaram de ser independentes e partiram para um regime de parceria com as agroindústrias. Depois de acumular um prejuízo de R$ 20 mil com a criação de suínos, Debona vendeu as 150 fêmeas para a Seara Alimentos e vai produzir leitões até 12 quilos para a agroindústria.

O plantel de animais passa a ser da empresa que também vai cuidar da alimentação e vacinação. “Eu só entro com a mão-de-obra”, disse Debona. Além de não comprar ração, Debona terá menos impacto de dejeto na propriedade com a redução de animais adultos. Ele diz que vai ficar muito dependente da empresa, mas afirmou que não tinha outra saída para continuar na atividade. Por isso está até reformando as instalações para receber os novos animais.

Outro grupo de suinocultores mantém uma parceria com as empresas, mas apenas para a entrega dos animais. Estes preferiram buscar empréstimos bancários ao invés de vender os plantéis para as agroindústrias.

O presidente do Núcleo de Criadores de Suínos de Arvoredo, Wolmir de Souza, teve que fazer um empréstimo de R$ 25 mil no banco para conseguir bancar a compra de milho para o plantel de 100 matrizes.

Outra medida foi reduzir em 10% o número de animais. Souza disse que até vacas de leite foram negociadas para que a família tivesse dinheiro. Souza destacou que chegou a pensar em abandonar a atividade, mas tem esperança de uma reação nos próximos meses. Ele afirmou que a crise não foi somente o preço dos insumos, como milho e farelo de soja, que dobraram de preço.

Ele afirmou que o preço em dólar do suíno também baixou, de US$ 0,86 em 1997 para US$ 0,52 neste ano. Por outro lado o quilo de salame no supermercado saltou de R$ 10 para R$ 15.

Em alguns produtos a diferença entre o que o produtor recebe e o produto industrializado chega a 380%, concluiu Souza.