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Falta ração e armazéns seguem lotados no RS

<p>Todo o milho guardado para esta época ficou retido na Cotrigo.</p>

Redação (06/11/2008)- Produtores rurais do norte do Rio Grande do Sul enfrentam problemas para alimentar as criações. Todo o milho guardado para esta época ficou retido na Cotrigo. A cooperativa não pode liberar os grãos por causa de dívidas.

Os armazéns da cooperativa de Estação, a Cotrigo, estão lotados de grãos. Mas o que está guardado não pode ser usado pelos produtores rurais. A cooperativa está quebrada. Deve cerca de R$ 200 milhões. Por causa da dívida os cooperados não podem retirar os grãos que têm depositado. É um prejuízo para quem esperava usar o que colheu para dar de comer aos animais.

O criador Sérgio Antônio Bortolotto olha com esperança para a lavoura. O milho recém-plantado em Getúlio Vargas, no norte do Rio Grande do Sul, deve ser colhido daqui a quatro meses. Esse é o tempo que ele vai esperar para conseguir alimentar a criação de suínos sem preocupação. Os 900 animais consomem cerca de 400 sacos de milho por mês.

A reserva da safra anterior, de mais de cem toneladas do grão, estava depositada na Cotrigo e não pode mais ser retirada. "Estou fazendo financiamento e até pegando milho emprestado dos vizinhos", contou Bortolotto.

As dificuldades não são apenas para os produtores de suínos. A Cotrigo tem dívidas com mais de três mil agricultores. Entre eles, estão criadores de gado leiteiro.

Soltar o gado para se alimentar no pasto foi a solução encontrada pelo criador Almir Confortin. Os 400 sacos de milho retidos na Cotrigo seriam suficientes para alimentar as 25 cabeças por oito meses.

A Cotrigo tem mais de cinco mil associados. Um comitê gestor, que assumiu a direção da cooperativa, marcou para sexta-feira uma reunião com os cooperados.