AGROMERCADOS
Quinta-feira, 14 de outubro de 2010 Nº 373
MUNDO REAL
“A fome não é um dado estatístico. Ela dói, degrada a pessoa, mata. É violenta”. Foi o que disse Helder Muteia, representante da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) no Brasil, durante fórum realizado nesta quarta-feira (14) em São Paulo, dentro da Semana da Alimentação.
DESAFIO GLOBAL
Ex-ministro da Agricultura de Moçambique, Muteia disse que o grande desafio do mundo nos próximos anos é conseguir aumentar em 70% sua produção de alimentos para atender uma população estimada em 8 bilhões de pessoas em 2050. Hoje somos “apenas” 6 bilhões.
BOM EXEMPLO
Para a FAO, o Brasil tem bons exemplos na área de políticas públicas contra a pobreza e a fome. “A estabilidade econômica e o avanço do agronegócio permitiram ao Brasil investir em políticas sociais nos últimos anos, reduzindo a fome e a subnutrição”, afirmou o moçambicano. Ele citou como exemplo o programa Mais Alimentos, “que não levou apenas tecnologia para os pequenos agricultores, mas também permitiu o acesso ao crédito, a maquinários e ao mercado.”
FAST FOOD
Jean Louis Gallego, da FSB Foods, que também participou do Fórum, falou sobre os novos perfis dos consumidores de alimentos. “Em 1970, quase 90% da população brasileira fazia suas refeições em casa, porcentagem que caiu para 70% em 2009. Ou seja, quase 30% da população passou a comer fora do lar. O tempo que se levava para preparar uma refeição em casa caiu de duas horas para 15 minutos entre 1970 e 2009. Nos últimos 20 anos, o setor de food service teve um crescimento espetacular de 532%”, disse Gallego.
ENVELHECIMENTO
Alimentação rápida, micro-ondas, embalagens biodegrádaveis, porções individuais, selo de origem. Estas são algumas das tendências citadas por Gallego. Mas o grande desafio da indústria de alimentos e do agronegócio, avisa ele, será oferecer produtos práticos e adequados à uma população cada vez mais velha.
SOJA SOBE
Na bolsa de Chicago, os contratos da soja para novembro ganharam 12 cents (1%) no pregão desta quinta-feira, encerrando o dia a US$ 11,88 o bushel. Na BM&FBOVESPA, a saca de soja para maio 11 foi cotada a US$ 27,25.
DÓLAR REAGE
O dólar no balcão encerrou o pregão na BM&FBOVESPA com alta de 0,61%, a R$ 1,66.
QUEDA DO MILHO
Os preços futuros do milho na bolsa americana tiveram hoje uma ligeira queda de 2 cents. Os contratos com vencimento dezembro fecharam a US$ 5,67 o bushel, com desvalorização de 0,35%. Por aqui, o milho para novembro, o vencimento mais líquido na BM&FBOVESPA, fechou o pregão a R$ 26,29 a saca.
CAFÉ AVANÇA
Em Nova York, os contratos do café para dezembro encerraram o pregão de hoje a 187,60 cents por libra peso, alta de 0,78%. Em Londres, o café robusta, cotado a US$ 1.650 a tonelada no vencimento novembro, teve pequeno ganho de US$ 2. Na BM&FBOVESPA, o café arábica ganhou mais US$ 1,60 por saca, avançando a US$ 221,10 no vencimento dezembro. Na bolsa de Londres, onde se negocia o robusta, o ganho foi de US$ 10,60, para US$ 711,70 a tonelada.
AÇÚCAR FORTE
Os preços futuros do açúcar na bolsa de Nova York estão influenciados pela perspectiva de uma safra menor de cana no Brasil. Os contratos para março do açúcar demerara com vencimento em março foram cotados a 27,94 cents por libra peso, alta de 1,60%. Em Londres, o açúcar refinado encerrou o pregão a US$ 711,70 a tonelada no vencimento dezembro, ganho de US$ 10.
LARANJA DESPENCA
Os preços futuros do suco de laranja caíram quase 5% hoje na bolsa de Nova York, encerrando o dia a 141,10 cents por libra peso. Segundo os analistas, não há furacão a vista.
QUASE R$ 100
A arroba do boi se aproxima da marca dos R$ 100. Hoje foi cotada na BM&FBOVESPA a R$ 98,11, com alta de 35 centavos.
FECHA ASPAS
“A psicanálise é a maneira mais rápida e objetiva de ensinar as pessoas a odiar o pai, a mãe e os amigos” – Otto Lara Rezende.
BRUNO BLECHER, DA AGÊNCIA MERCADOS, COM INFORMAÇÕES DA BMF&BOVESPA