AGRO MERCADOS
Terça-feira, 31 de agosto de 2010 Nº 345
MENOS SOJA?
Problemas climáticos aliados à ocorrência de uma doença fúngica nas lavouras do Meio-Oeste poderiam reduzir a safra de soja nos EUA. A expectativa de alguns analistas é de que a colheita não deva ultrapassar os 91,4 milhões de toneladas obtidos na temporada passada. A previsão inicial era de 93,4 milhões de toneladas.
CONTRAPONTO
Apesar da expectativa de redução da safra, os preços da soja hoje na bolsa de Chicago registram queda de 12,50 cents no vencimento novembro, cotados a US$ 10,01 o bushel. É que o Departamento de Agricultura dos EUA, ao contrário de alguns analistas, continua apostando numa boa safra.
PREÇOS FIRMES
Os agricultores brasileiros iniciam o plantio de milho em um momento de demanda aquecida e preços firmes no Brasil, informam os técnicos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo.
MERCADOS LÁ E CÁ
No período de uma semana, o indicador ESALQ/BM&FBovespa registrou alta de 4,65%. No mês de agosto, a valorização do milho chega a 12%. Para os pesquisadores do Cepea, os leilões promovidos pelo governo e as exportações contribuíram para o aquecimento do mercado. Em Chicago, porém, o dia hoje foi de baixa. O milho para dezembro fechou a US$ 4,39 o bushel, com queda de 2,25 cents.
TRIGO POR MILHO
A demanda por milho deve continuar forte, uma vez que o cereal deve substituir o trigo como matéria-prima para a ração animal. A seca provocou forte quebra nas safras de trigo da Europa e da Rússia. Também há expectativa de uma redução da produtividade média das lavouras de milho nos EUA.
SECA BRABA
A grande preocupação do agricultores brasileiros agora é com o clima. A estiagem que atinge parte do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil podem atrasar o plantio do milho.
PREÇO ESTÁVEL
Os preços futuros do açúcar demerara fecharam praticamente estáveis na bolsa de Nova York. Os contratos do arábica para outubro, o vencimento mais líquido, encerraram o pregão a 19,75 cents por libra peso. Em Londres, o açúcar refinado para outubro foi negociado nesta terça-feira a US$ 578,70 a tonelada, alta de US$ 1,40.
DOCE AÇÚCAR
Nesta safra, o açúcar está sustentando o lucro das usinas. Segundo o Cepea, o produto tem remunerado, em média, 77% a mais que o etanol hidratado e 63% a mais que o anidro no mercado paulista.
CAFÉ ESFRIA
Dia de baixa para o café em Nova York. Os lotes para dezembro, o vencimento mais líquido, caíram 2,95 cents, para 178,45 cents por libra-peso. Já o robusta, negociado em Londres, encerrou o dia a US$ 1.641 a tonelada para entrega em novembro, valorização de US$ 4 por tonelada.
LARANJA MADURA
A seca está prejudicando a qualidade da laranja e também provocando a queda das frutas, segundo informação do Cepea. Os pomares irrigados, porém, estão propiciando um bom lucro aos citricultores, que conseguem até R$ 5 a mais por caixa.
PINTA PRETA
A estiagem deixa a fruta murcha nos pomares que não dispõem de irrigação. Além da seca, uma doença fúngica (a pinta preta) também causa prejuízos aos produtores. Ela traz danos à aparência das frutas, inviabilizando sua venda in natura.
MERCADO FUTURO
Na bolsa de Nova York, os preços do suco de laranja para novembro, o vencimento mais líquido, fecharam a 140,40 cents por libra peso. Os pomares da Flórida não foram afetados pelo furacão Earl e a tempestade Fiona.
LEITE FRACO
Apesar da seca, a produção de leite cresceu e provocou queda dos preços no mercado. De maio para cá, o leite acumula uma desvalorização ao redor de 13%, de acordo com as pesquisas do Cepea. Se comparada à média atual de agosto do ano passado, a perda é de 10%.
DESMATAMENTO
O desmatamento na Amazônia registrou redução de 48% no acumulado de 12 meses (agosto de 2009 a julho de 2010 comparado ao período agosto de 2008 a julho de 2009). Os dados foram divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
FECHA ASPAS
“Em política, sempre é preciso deixar um osso para a oposição roer” – Joseph Joubert.
BRUNO BLECHER PARA A AGÊNCIA MERCADOS COM INFORMAÇÕES DA BM&FBOVESPA