Da Redação 12/12/2002 – A chegada do período de férias e festas de final de ano fez bem aos mercados de carnes e está aliviando os estoques das agroindústrias de Santa Catarina. O segmento, segundo o analista de carnes do Instituto de Planejamento e Economia Agrícola do Estado (Icepa), Jurandi Machado, vive uma nova bolha de consumo, que deve se manter por mais duas ou três semanas, garantindo preços melhores aos produtores e negócios em alta para as empresas.
As áreas de suínos e frangos, conforme o pesquisador, ainda operam com dificuldades no suprimento de milho. A escassez do produto e a desvalorização do real encareceram os custos de produção. Por isso, toda a esperança do produtor está depositada no desempenho das vendas, que têm correspondido, principalmente no que diz respeito à exportação. As vendas para fora do País reduziram a disponibilidade interna dos produtos e estão facilitando a sustentação dos preços internos.
As exportações de carne suína totalizaram 390 mil toneladas até outubro, uma expansão de 79% sobre o volume de 2001. A receita somou US$ 400 milhões, 35% a mais que no mesmo período do ano passado. Nos dez primeiros meses do ano foram embarcados 1,32 milhão de toneladas em equivalentes carcaças. Com o volume acumulado até outubro, o setor superou em pouco mais de 6% o exportado em 2001. “A projeção que se faz é de que as exportações, em 2002 ultrapassem 1,6 milhão de toneladas.”
O pesquisador comenta que, apesar da situação favorável de mercado para o suíno e o frango, os preços continuam abaixo do mínimo necessário para pagar, sobretudo os custos de produção de suínos. No caso dos suínos, a trajetória de recuperação dos preços se deve à pressão de compra por parte dos frigoríficos, seja pela redução do peso de abate, seja pela necessidade de cumprir contratos de vendas. No mercado do frango a situação é semelhante. “A diferença está na tendência do produto, de continuar, neste final de ano, atraindo tradicionais consumidores de carne bovina, devido ao preço mais competitivo.”