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Fiscais em greve

<p>Paralisação do setor já compromete abate de suínos.</p>

Redação SI 09/11/2005 – A greve dos fiscais federais agropecuários, embora avisada com antecedência, começa a trazer transtornos para as agroindústrias. Em Santa Catarina, maior produtor de suínos do país, uma paralisação maior do que 24 horas coloca em risco o volume de abate, que poderá diminuir e até parar em alguns dias.

Com os espaços para estocagem lotados, o Frigorífico Romani/Unibon, em Xanxerê (SC), informou que se a greve continuar por mais um dia os abates de mil suínos/dia serão paralisados. Moacir Romani, diretor do frigorífico, disse que ontem não foi possível cancelar as compras de animais que já estavam acertadas com os produtores. Se não houver mudanças, contudo, a empresa cancelará as compras previstas para hoje. Segundo ele, 16 caminhões estavam parados ontem na sede da indústria, já que não estão sendo emitidos certificados para transporte nem para exportação da produção.

Uma liminar expedida pela Justiça Federal em Santa Catarina determinou ontem que 30% dos fiscais federais que trabalham no Estado retornassem à atividade de certificação. Mas não foi o que foi constatado pelas agroindústrias. Em alguns locais houve uma outra interpretação da liminar, com os fiscais apenas certificando 30% da produção de um frigorífico, como ocorreu na unidade de suínos de Joaçaba da Coopercentral Aurora, conforme a cooperativa.

A liminar veio atender ao pedido do Sindicarnes (que reúne as indústrias), cujo presidente é Paulo de Oliveira, vice-presidente da Perdigão. Ele alegou prejuízos às ações promovidas na área de fiscalização sanitária e, principalmente, à expedição de certificados de sanidade nacional ou internacional para o trânsito de produtos.

De acordo com a União Brasileira de Avicultura (UBA), a greve dos fiscais agropecuários preocupa mais do que a possibilidade de um surto de gripe aviária. Segundo Clóvis Puperi, diretor-executivo da Uba, são 18 milhões de aves abatidas por dia, que terão de ser estocadas nas empresas.

Puperi disse que, no caso das aves, os fiscais estão trabalhando nas linhas de produção, mas não estão assinando os certificados para embarque. “A capacidade de armazenagem das aves é limitada, a greve não pode durar mais do que dois ou três dias.” A Uba informou que alguns sindicatos locais estão entrando com pedidos de liminar para determinar a obrigatoriedade da liberação dos produtos avícolas.