Redação AI 29/08/2002 – A Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) está negociando uma parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) para dar início à fiscalização por amostragem do produto comercializado no varejo. De acordo com o presidente da Asgav, Paulo Vellinho, os cortes serão recolhidos nas prateleiras dos supermercados e entregues à universidade para análise de quantidade de líquido, higiene e sanidade das aves. A medida tem por objetivo combater a prática de adição de água no produto, realizada por alguns abatedouros. O dirigente comunicou a intenção recentemente ao ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, explicando que a meta é fazer um trabalho complementar à atividade regular do Sistema de Inspeção Federal (SIF). ”Queremos fiscalizar com coragem tudo o que é produzido e comercializado. Os resultados que verificarmos levaremos ao conhecimento do ministério, dando a nossa colaboração.” Vellinho afirma que a fiscalização servirá para proteger o mercado doméstico, ”além de punir os desonestos”.
A conquista de novos mercados externos, na sua avaliação, também depende do comportamento dos empresários brasileiros do setor. A atitude de uma parcela dos avicultores, de exportar apenas quando o mercado é conveniente, impede o país de atingir um superávit de 20 bilhões de dólares, movimentando até 100 bilhões de dólares por ano, estima. ”O mercado externo é muito exigente. O importador detecta qualquer anormalidade e põe logo a carne à disposição.”
Conforme Vellinho, o Brasil é, atualmente, a grande revelação internacional no mercado de aves e o segundo maior produtor mundial. Números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), divulgados na página da Asgav na Internet, mostram que o volume de carne de frango industrializada exportado no primeiro semestre cresceu 21,6% em comparação com o mesmo período do ano passado.
O segmento avícola está alinhavando acordos com os mercados do Canadá e da China, mas volumes e valores ainda não foram estabelecidos. ”A cada quilo adquirido pelos chineses, já serão 1,2 bilhão de toneladas”, indica o presidente da Asgav. Os canadenses, segundo ele, deverão visar exclusivamente à comercialização de cortes de peito de frango.
Com relação à qualidade da carne, Vellinho explica que há investimento permanente do setor em tecnologias para a melhoria da sanidade e da alimentação dos animais. ”A agricultura é uma atividade muito dinâmica em termos de tecnologia.” O ciclo de vida dos frangos há 30 anos, exemplifica, era de quatro meses. Hoje caiu para 42 dias. ”O resultado é um produto melhor e um preço mais baixo ao consumidor.”