Redação AI 01/07/2003 – A edição de ontem (30) do Jornal Nacional, da Rede Globo, apresentou uma reportagem sobre o excesso de água nas carcaças de frango. Muitos consumidores dizem-se lesados, pois acreditam estar comprando carne e não o peso da carcaça em água. Veja a íntegra da reportagem:
Do abatedouro à cozinha o frango perde muito mais peso do que poderia. Na hora de descongelar sobra água. A queixa de dona Alice é a de muitas outras donas de casa.
“Chega em casa pagou muita água”, reclama uma consumidora.
Este ano, 150 amostras de frango foram analisadas pelo Ministério da Agricultura. Trinta e dois por cento estavam com excesso de água. O governo apreendeu mais de duas mil toneladas de frango adulterado.
O volume de água permitido no frango é de no máximo 8% do peso total, para a carne não ficar muito ressecada. Mas algumas marcas chegam a ter 23% de água. Significa que, ao comprar um quilo de frango, na verdade o consumidor estará levando para casa um copo de água quase cheio.
Vinte e três empresas irregulares já receberam uma advertência. Os nomes das marcas não serão divulgados, por enquanto, para que elas tenham direito de defesa. Mas se em dois meses o problema não for resolvido, as empresas podem ser multadas em R$ 25 mil e ter a linha de produção interditada.
“É o tempo e a temperatura que se mantém esse frango após o abate que faz com que haja uma maior absorção de água. Isso nós não iremos permitir”, diz o secretário executivo do Ministério da Agricultura, José Amauri Dimarzio.
O que a dona de casa quer é ver o frango adulterado longe das prateleiras.
“Você vai ao mercado comprar frango, não gelo”, diz outra dona de casa.
A União Brasileira de Avicultura informou que pretende criar, com o governo, um selo de qualidade para o produto.
Confira a Lista de empresas (http://www.agricultura.gov.br/html/absorcao.htm) que não fraudaram o peso do frango.