Redação AI 02/07/2003 – O presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados (Sindicarne), José Zeferino Pedrozo, confirmou ontem a informação do Ministério da Agricultura de que existe adição de água no frango produzido no Estado.
“O principal é que o limite legal de adição de 8% é respeitado em SC”, garantiu Pedrozo. O presidente do Sindicarne afirmou que a medida é utilizada há vários anos como uma forma de compensar perdas no processo produtivo e ganhar competitividade.
Ele acredita que, em Santa Catarina, nenhum frigorífico está desobedecendo ao limite legal de 8%, principalmente as empresas maiores. Pedrozo disse que nenhuma empresa tradicional iria arriscar sua marca para obter lucro fácil e perder credibilidade.
Pedrozo, que preside também a Cooperativa Central Oeste Catarinense, a Aurora, e a Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), disse que apóia a iniciativa do Ministério da Agricultura de intensificar a fiscalização. Ele disse que existem no mercado alguns produtos com preços fora da realidade que podem ser adulterados. “É mais do que oportuna essa fiscalização intensa”, avaliou Pedrozo.
Pequeno produtor indigna-se com laudo
O avicultor Jorge Dagostin, de Criciúma, no Sul do Estado, criticou fortemente o laudo do Ministério da Agricultura, que constatou fraudes no peso do frango congelado oferecido ao consumidor no país.
A irregularidade, segundo o ministério, é praticada com a adição de água ao produto, que em alguns casos pode chegar a 23%, quando o máximo tolerado é de 8%.
“Não podemos ser todos incluídos numa vala comum. Sou um pequeno produtor e nunca adicionei água nos produtos”, garantiu. Por ser pequeno produtor, justifica, a fiscalização no seu estabelecimento não é efetuada pelo Ministério da Agricultura e sim pela Cidasc. Dagostin abate cerca de 2,5 mil aves por dia.