Redação AI (28/06/07) – Em relação ao preço de abertura do mês (R$1,35/kg) o incremento é de apenas 7,4%, enquanto em comparação ao final de junho de 2006 (R$1,05/kg) a variação é de 38%.
Como a alta está ocorrendo no final do mês e o mercado de aves vivas não vem contando com a participação das empresas integradas, fica comprovado que a produção independente de frangos no Estado de São Paulo é hoje restrita, mantendo-se aquém das necessidades.
Assim, a não-evolução e mesmo o retrocesso dos preços nesse segmento não pode ser reputada ao comportamento do mercado do frango mas, sim, à atuação (geralmente intempestiva) das integrações no setor independente.
É inegável que ocorrências do gênero não são exclusivas do mercado de frangos vivos: quando não têm onde colocar os pintos produzidos, as integrações também os jogam no mercado independente; e os produtores de pintos em geral (independentes e integrações), quando enfrentam excedentes de ovos férteis, colocam esses excedentes no mercado de ovos de consumo.
É preciso considerar, porém, que esses casos são fortuitos, quase acidentais. E, ultimamente, se tornaram esporádicos.
Não é, porém, o que ocorre no mercado de aves vivas, na atualidade transformado em válvula de escape diuturna para os problemas operacionais ou mercadológicos das integrações.
Tudo isso seria, apenas, mais um exemplo de capitalismo selvagem não fosse o fato de o frango vivo continuar sendo o balizador de preços de toda a avicultura de corte. Dessa forma, não adianta pretender melhoria nos preços da carne de frango exportada para o Japão (por exemplo), pois o escritório do importador na Avenida Paulista, em São Paulo, sabe que o mercado interno está ofertado: basta acompanhar o preço do frango vivo.
E como isso se aplica também aos supermercados que adquirem o produto“do abatedouro para a boca do consumidor”, é preciso alterar a visão que os compradores têm do mercado produtor. E isso precisa começar, parece, pela valorização da ave viva.