Definitivamente chegou ao fim o período de estabilidade do frango vivo. Nos meses de julho e agosto, o quilo da ave ficou praticamente estabilizado em R$ 1,60, porém, no mês de setembro a realidade é outra. O mercado de frango vivo de São Paulo comercializa o produto a R$ 2,00 o quilo. Em Minas Gerais, o quilo já alcança o patamar de R$ 2,10 na granja. Mas, que fatores incentivaram as altas sucessivas do frango vivo?
Para o presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, o setor passa por uma nítida adequação de custos. Por isso, é natural que o frango vivo seja reajustado. “O setor avícola enfrenta atualmente um aumento nos custos de produção, decorrentes da alta vertiginosa dos insumos”, explica Turra. “Registramos alta em mais de 30% no preço do milho e alta nas cotações do farelo de soja [principais componentes da ração das aves]”.
O presidente da Ubabef também atribui esta alta nos preços avícolas ao setor de bovinos. “A excassez do boi, aliada à subida de preços da carne bovina, resultou em um aumento de demanda pela carne de frango, que também deu base para alta da cotação”, pontuou Turra. “Esta situação também resultou no aumento da carne suína no mercado interno”. Em resumo, segundo ele, a alta dos insumos e a falta de boi provocaram um aumento generalizado das três principais proteínas consumidas no País.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), outro fator de influência nas cotações da ave é o ajuste da produção com a demanda. A oferta de frango está cobrindo a demanda crescente. No caso do frango resfriado, por exemplo, o preço atingiu o seu maior patamar na semana passada. Em Pará de Minas (MG), o preço do frango inteiro resfriado foi de R$ 2,76/kg – o maior em 12 meses – segundo dados do Cepea. Atacadistas têm aproveitado o baixo preço da carne de frango, em relação ao das concorrentes, para aumentar a negociação do produto.