Da Redação 10/10/2005 – O Bertin, um dos maiores frigoríficos de carne bovina do país, estuda se instalar no Mato Grosso, onde ainda não tem unidades e considera até a possibilidade de investir no abate de aves no Estado. Na quinta-feira, o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, esteve na sede do Bertin, em Lins (SP), com secretários, e apresentou à direção da empresa “um leque de opções” para investimentos no Estado, segundo a assessoria da companhia.
Ainda conforme a assessoria de comunicação, “o Bertin não descarta a possibilidade de entrar no Mato Grosso para investir em bois e aves. Projetos e sua viabilidade estão sendo estudados”.
A decisão do Bertin de considerar ingressar no abate de frango chama a atenção num momento em que duas grandes de aves e suínos – Sadia e Perdigão – anunciaram aposta em carne bovina.
De acordo com nota do governo do Mato Grosso, o secretário de Estado de Desenvolvimento Rural, Cloves Vettorato, afirmou estar “otimista quanto à possibilidade de o grupo Bertin instalar dois frigoríficos na região do Vale do Araguaia”. Na nota, o secretário diz que os contatos com a direção do Bertin são “preliminares” e ainda “não há posição definida por parte do grupo”, mas as negociações devem continuar em novo encontro na segunda quinzena deste mês.
A investida do governo mato-grossense para tentar atrair o Bertin ao Estado acontece pouco depois de o grupo anunciar que vai aplicar R$ 92 milhões na construção de um frigorífico com capacidade de abate de 3 mil animais por dia em Campo Grande (MS).
O governo Maggi vem sendo agressivo na estratégia para que grandes empresas se instalem no Estado, onde há oferta abundante de grãos e de gado bovino. Recentemente, a Sadia anunciou o investimento de R$ 800 milhões na instalação de dois abatedouros de aves, uma unidade de abate e industrialização de suínos e fábricas de ração no Mato Grosso. Nesse caso, a empresa terá isenção de 75% do ICMS nas operações interestaduais por 15 anos e poderá ter desconto de até 75% do Imposto de Renda por estar na área da Amazônia Legal, desde que invista o valor descontado no próprio negócio.