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Gestão eficiente de granjas

<p>Assunto foi abordardo por consultor no Seminário Anual de Suinocultura do Mato Grosso, em Cuiabá.</p>

O veterinário e consultor Pedro Ivo falou sobre gestão eficiente de granjas

Redação SI 29/11/2005 – Tratar de gestão eficiente de granja significa considerar que os fatores gerenciáveis ao criador estão dentro da sua propriedade, ou seja, na sua produtividade. Para o médico veterinário e consultor, Pedro Ivo de Quadros Filho, cerca de 70% do custo da suinocultura está fora da granja, no preço do suíno e no da ração, valores cujas oscilações não dependem do produtor, mas sim das leis de mercado. “Assim, o que sobra para ser gerenciado é a produtividade e, partindo dessa premissa, é preciso mudar paradigmas de gestão”. A começar pela substituição da pergunta “quanto custa?”, “por qual o retorno?”. A intenção desta mudança de pensamento, segundo Pedro Ivo, é fazer o criador perceber que é preciso aumentar a eficiência do rebanho e não simplesmente economizar.

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O assunto foi tratado pelo consultor na palestra “Gestão Eficiente de Granja”, durante o Seminário Anual de Suinocultura de Mato Grosso, realizado nos dias 24 e 25 de novembro, em Cuiabá. De acordo com Pedro Ivo, o que normalmente se vê entre os criadores é uma grande preocupação com fatores externos, tais como custos das matérias-prima, suprimentos, medicamentos, entre outros, e o esquecimento de que a prioridade deve ser a gestão dos dados de produção. “Economiza-se centavos em um determinado suprimento mas, perde-se milhares de reais em função da perda de produtividade. Não podemos influenciar nos preços do mercado, mas podemos influenciar na nossa produtividade”, ressalta.

Assim, gerenciar uma granja de forma eficiente é necessário um bom conhecimento técnico dos aspectos de produção e, principalmente, dos indicadores de desempenho. Também, requer uma boa organização administrativa e uma boa gestão de recursos humanos. “As pessoas envolvidas no processo decisivo da granja devem estar focadas na gestão do processo produtivo a fim de que haja uma melhoria continua”.

Para o criador José Arnaldo Penna, também presidente da Associação de Criadores de Minas Gerais, valorizar o colaborador é sinônimo de mais comprometimento deste com resultados. “Além de incentivos por produtividade, também adotei uma gestão de recursos humanos que inclui reuniões semanais com os funcionários para discussões de metas e resultados. Isso estimula muito o colaborador a oferecer o melhor de si”, afirma Penna.

Escala

Pedro Ivo destaca que a busca por melhor produtividade e melhor desempenho são cruciais para a sobrevivência do produtor de suínos na atividade, pois cada vez mais, o ganho de escala é fundamental na suinocultura, uma vez que os custos fixos estão cada vez mais altos e, conseqüentemente, as margens de lucratividade são menores.

Com a globalização da economia e da tecnologia, todos os produtores terão acesso aos mesmos recursos tecnológicos de produção, como genética, nutrição e tecnologias de produção, independente do local onde a unidade produtora de suínos esteja localizada. “Obviamente, temos diferenças climáticas, sanitárias e de recursos humanos nas diferentes regiões. Entretanto, podemos observar, por exemplo, que em uma determinada região temos granjas com ótimos resultados e granjas com péssimo resultados, muitas vezes separadas por alguns quilômetros”, reforça o consultor.

Assim, é óbvio concluir que, o que determina se uma granja estará entre as 10% melhores ou entre as 10% piores é a forma de gestão aplicada. Fundamentalmente, o gestor da atividade suinícola deve focar no aumento da quantidade de quilos de suínos vendidos, sejam leitões ou cevados, mas este indicador deve ser maximizado, pois é o determinante da lucratividade da atividade. Para que isso seja alcançado, deve-se gerenciar e buscar a melhoria dos dados de produção, tais como alvo de coberturas, média de nascidos, natimortalidade, mortalidade na maternidade, peso de abate entre outros. Para a melhoria dos dados de produção, é fundamental o conhecimento técnico e de onde efetivamente podemos influenciar nestes dados.