O Estado de Goías tem se destacado nas estratégias para aumento de consumo da carne suína. Como parte de um conjunto de ações Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), que já acontecem na cidade de Rio Verde/GO, como a comercialização de novos cortes suínos e também o treinamento de profissionais de supermercados, Associação Goiana de Suinocultores (AGS), organizou na última quinta-feira, na sede da Unimed Rio Verde, uma palestra do Professor Arnaldo Ganc, gastroenterologista-chefe do departamento de endoscopia do Hospital Israelita Albert Einstein de São Paulo.
Para um público de cerca de 80 pessoas, em sua maioria médicos, a palestra abordou as principais causas do preconceito da carne suína. Ganc dividiu a explicação para esse conceito arraigado na população contra a carne suína em cinco tópicos diferentes: misticismo e religião; estereótipo histórico; a histeria do colesterol; mudanças no padrão de beleza; e erro médico. Ainda dentro dos tópicos principais do preconceito, o palestrante abordou a “histeria do colesterol” como um grande vilão. Ganc explica que nos últimos anos vem baixando os índices desejáveis da substância no organismo e que muitas vezes, no imaginário popular, o colesterol é relacionado diretamente com a gordura. “O que poucos sabem é que a produção de colesterol tem 80% de componentes genéticos e apenas 20% de componentes alimentares”.
Para o médico, um dos mais renomados gastroenterologistas brasileiros, pode-se diagnosticar obesos mórbidos com colesterol baixo e pacientes magros com colesterol bastante alto. “No Brasil, por exemplo, houve queda no consumo de carne suína e aumento no colesterol”, ressalvando, porém, não haver pesquisa sobre esta relação de causa e efeito. Na visão do médico endocrinologista e presidente da Associação dos Granjeiros Integrados do Estado de Goiás (Agigo) – entidade parceira da ação –, Emílio Baylão, as informações apresentadas mostraram como um alimento tão saboroso e com altas qualidades nutricionais como a carne suína ainda é encarado com preconceito dentro dos consultórios. “Dr. Arnaldo trouxe esclarecimentos sobre alguns mitos e com certeza ampliou ainda mais a visão dos médicos presentes em relação aos benefícios da carne”.
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Ganc ainda apresentou pesquisas feitas pela professora e pesquisadora da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp, Dra. Neura Bragagnolo, segundo as quais os níveis de colesterol na carne suína não justificam toda a campanha negativa que se faz contra o produto. “Tem gente esquecendo que o colesterol é um elemento indispensável ao bom funcionamento do organismo”, disse o Professor, referindo-se ao que ele considera uma verdadeira histeria que relaciona relacionando o colesterol às doenças cardiovasculares.
O diretor-presidente da Unimed Rio Verde, Dr. Martulio Nunes Gomes afirma que a parceria com a entidade trará inúmeros benefícios para o aumento de consumo na região. “Reconhecemos a importância do médico na desmistificação desse preconceito e, por esse motivo, abrimos nossas portas para reverter esse paradigma”, contou.
Irineu Wessler, presidente da ABCS, destacou as ações que têm sido realizadas na cidade e parabenizou o empenho dos parceiros como a Agigo e a Unimed em aumentar o consumo da carne suína. “O engajamento dessas entidades, junto à competência da AGS são aos fatores essenciais para o PNDS estar atingindo resultados tão positivos nessa região”.
