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Greve deve terminar

<p>O comando nacional de greve dos fiscais federais agropecuários aceitou um acordo para colocar um fim na paralisação iniciada em 18 de junho passado.</p>

Redação (27/06/07) – Os dirigentes aceitaram um aumento salarial médio de 45% para os 13 níveis de carreira oferecido pelo governo. Com isso, a remuneração base inicial saltaria para R$ 5.107 e a final, para R$ 8.155. A proposta foi submetida ainda ontem aos comandos estaduais do movimento. A resposta deve sair até amanhã, mas a categoria só voltará ao trabalho após publicação oficial das regras. 

"Mesmo se o acordo for aprovado na base, continuamos em estado de greve por 20 dias", disse o vice-presidente da associação dos fiscais (ANFFA), Wilson de Sá. A proposta também inclui regras para ascensão funcional, gratificações, qualificação e capacitação profissional. Há, ainda, um passivo de R$ 48 milhões devido a 1,6 mil médicos veterinários por diferença de carga horária anterior a 1990. O acordo foi costurado em conjunto pelos ministérios da Agricultura e do Planejamento e deputados da bancada ruralista. 

A greve provocou filas em Santa Catarina, principalmente em dois pontos: aduana de Dionísio Cerqueira e porto de Itajaí. Em Dionísio, na fronteira com a Argentina, havia ontem uma fila de cerca de 70 caminhões. Já no porto, na área de importação de vegetais, havia 1,5 mil contêineres parados e na área de exportação vegetal e animal, 1,3 mil contêineres, segundo os fiscais. De acordo com Paulo Ricardo Guimarães, chefe da regional de Dionísio Cerqueira, os caminhões estão principalmente carregados com pêras e maçãs, já que esse é um período de forte comercialização, em especial, da produção argentina. 

Em Itajaí, diz Edmardo Souza, coordenador dos fiscais no Vale do Itajaí e norte de SC, a retroárea do porto estava lotada ontem e não havia mais espaço para armazenamento. Carnes foram o produto mais represado devido à greve. 

Antes do acordo acertado em Brasília, a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), organizou um protesto ontem, que reuniu 12 caminhões de frigoríficos do Estado em frente à sede do Ministério da Agricultura em Porto Alegre. Segundo o secretário-executivo da entidade, José Eduardo dos Santos, a manifestação foi uma forma de chamar a atenção para as perdas sofridas com a paralisação. 

Cerca de 480 contêineres cheios de produtos estão retidos nas empresas e em caminhões e não havia mais espaço para armazenar mercadorias, afirmou. O Rio Grande do Sul exporta 2 mil toneladas de carne de aves por dia, ou o equivalente a US$ 2,5 milhões. 

Segundo ele, nenhum frigorífico tinha suspendido a produção por causa da greve, mas alguns já consideravam a possibilidade.