Guerra dos preços
Mix de produtos suínos apresentam defasagem média de 50% nos preços de 2002 para os praticados em 1994.
Redação SI 12/09/2002 – A defasagem média nos preços do mix dos 36 principais produtos da indústria suína que ocupam as gôndolas dos supermercados chega a 50%, segundo levantamento feito pelo Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul SIPS/RS. Os cálculos levam em conta as variações dos preços em dólar entre junho de 1994 – quando o real e o dólar eram equivalentes e agosto de 2002.
Para se ter uma idéia, o quilo da costela congelada, que em junho de 1994, custava para o consumidor 2,50 dólares ou reais, hoje está sendo vendido nos supermercados a R$ 3,60, o equivalente a US$ 1,20. A diferença representa uma defasagem de aproximadamente 50% em relação aos preços praticados em 1994.
Segundo o diretor executivo do SIPS/RS, Rogério Kerber, os preços dos produtos suínos não estão sendo reposicionados em função da corrosão no poder de consumo nacional, em função dos aumentos das tarifas públicas e privadas. Por outro lado, como os custos dos fatores de produção das agroindústrias suínas também foram elevados, a situação está levando a dificuldades estruturais na cadeia.
Os fatores de produção valorizam conforme as variações cambiais do dólar. É o caso dos insumos, das vitaminas, dos medicamentos, das embalagens, do combustível, da energia elétrica e das tarifas públicas.
Em relação ao mercado externo a situação é semelhante. Segundo levantamento do SIPS/RS, o preço internacional da carne suína caiu cerca de 20% em dólar no primeiro semestre de 2002. “É uma irrealidade. Determinados tipos de produto caíram quase 50%”, afirma Kerber, referindo-se ao preço da carcaça exportada para a Rússia, atualmente o maior mercado importador da carne suína gaúcha.