O comércio varejista teve, em 2009, um desempenho melhor que o esperado no começo do ano e acumulou expansão de 5,5% de janeiro a novembro, segundo o IBGE. Em novembro, as vendas subiram 1,1% na comparação livre de efeitos sazonais com outubro, na sétima taxa positiva consecutiva para esse indicador. Em 2009, o grande destaque foi o ramo de supermercados e demais lojas de alimentos, com expansão acumulada de 8,2% até novembro. Sozinho, segundo o IBGE, o ramo correspondeu a 71% de todo o crescimento do varejo no período.
Nilo Lopes de Macedo, economista do IBGE, diz que tal resultado se sustentou graças ao aumento abaixo da inflação dos preços dos alimentos ao longo de 2009. De outubro para novembro, as vendas de supermercados subiram 1% na série com ajuste sazonal e impulsionaram o varejo, ao lado de móveis e eletrodomésticos (alta de 5,9%). No acumulado do ano, o setor de móveis e eletrodomésticos registrou crescimento de 13,9%. Foi favorecido pela desoneração do IPI e, mais recentemente, pela recuperação do crédito, segundo Macedo.
Esses mesmos fatores, diz o economista do IBGE, alavancaram as vendas de automóveis, que subiram 37,1%. Em novembro, com a redução gradativa do benefício fiscal, aumentaram apenas 0,5% na comparação com outubro. Segundo Macedo, o único setor que não reagiu ao estímulo do governo dado com a desoneração de IPI foi a construção civil. Suas vendas caíram 7,4% no acumulado do ano, mas já esboçaram uma reação de outubro para novembro, com aumento de 2,7%.