Há quase dois meses, as cinco granjas de uma fazenda de 20 hectares em Boa Esperança do Sul, em SP, estão vazias.
O produtor entregou o último lote de 84 mil frangos para o frigorífico e até agora, mais de 60 dias depois, não recebeu pelo trabalho.
A Associação dos Avicultores de Araraquara informa que o caso do avicultor José Roberto de Mello não é isolado. Outros 17 produtores enfrentam o mesmo problema. O atraso nos pagamentos atrapalha a vida dos criadores, segundo o presidente da entidade, Cláudio Noguchi.
José Roberto trabalha como produtor integrado, regime em que a indústria fornece o pintinho, a ração e o atendimento veterinário. O criador entra com a mão de obra e arca com custos como água e energia elétrica. Na entrega dos lotes, ganha uma remuneração de R$ 0,40 por frango.
José Roberto reclama do atraso nos pagamentos, diz que está com o nome sujo e não tem mais como conseguir crédito em banco.
A Rigor Alimentos diz que desconhece qualquer atraso no pagamento dos integrados.
A empresa está em recuperação judicial e alega que todos os pagamento estão sendo realizados conforme acordado. José Roberto nega que tenha recebido.
A União Brasileira de Avicultura informa que o principal problema das agroindústrias é o alto custo da ração. Nos últimos seis meses, segundo a entidade, o milho subiu 40% e a soja 90%. Além disso, as empresas estão enfrentando dificuldade para conseguir crédito junto aos bancos.