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Informativo ABCS - Buscando soluções

Em Seminário promovido pela ABCS, suinocultores decidem recorrer ao Conselho Monetário Nacional (CMN) para avaliar distorções na Cadeia Produtiva. Braun toma posse para seu terceiro mandato.

Redação SI (Edição 170/2003) – O temário escolhido para o X Seminário 

Debate entre representantes de alguns elos da cadeia produtiva buscam soluções para a suinocultura

Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura estava bem diferente dos anos anteriores. Focado em encontrar soluções para as dificuldades enfrentadas pelos produtores já há 17 meses, a ABCS (Associação Brasileira de Criadores de Suínos) e Asemg (Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais), entidades orga-nizadoras do evento, buscaram reunir os diversos elos da cadeia produtiva para provocar um debate no qual surgissem alternativas para a etapa primária de produção. O principal problema tem sido os altos custos para se produzir o suíno tendo em contrapartida os baixos preços pagos pelo mercado.

Em seu discurso de abertura, José Adão Braun, presidente da ABCS, destacou os recordes de exportação, produção e nível sanitário atingido pelo País na atividade, mas lembrou que o principal agente deste processo – o produtor – não está tendo renda compatível. “Não é possível que se atinja recordes e o produtor esteja morrendo a míngua”, comentou depois. Realizado na ExpoMinas em Belo Horizonte (MG) de 23 a 25 de abril, o evento reuniu aproximadamente 320 pessoas.

Assinatura de posse. Braun assume mais um mandato à frente da ABCS

O ponto central foi a mesa-redonda, na qual estiveram presentes José Milton Dallari, consultor técnico da Abras (Associação Brasileira de Supermercados); Luís Carlos Mendes Costa, diretor superintendente da Pif Paf Alimentos, depois Pablo Marcos Marshall da Abipecs (Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína); a deputada estadual Lúcia Pacífico Homem, presidente da Confederação Nacional das Donas de Casa e Consumidores; José Arnaldo Cardoso Pen-na, presidente da Asemg; e Valdomiro Ferreira Júnior, presidente da APCS (Associação Paulista de Criadores de Suínos), que coordenou os trabalhos.

Em 30 minutos de apresentação, cada um pôde expor sua visão sobre o setor e suas dificuldades, sendo reservado o período da tarde às discussões. Mas ao final, o resultado não agradou tanto aos produtores, que esperavam sair já com algumas definições para o futuro do setor produtivo. “Acho que podemos considerar isto como o início de uma discussão que será continuada”, afirmou Penna. Para Ferreira Júnior, faltou comprometimento dos outros setores em ações que regulem toda a Cadeia Produtiva. “Eu ficaria muito mais tranqüilo se saíssemos daqui com alguns assuntos pautados e com ações e responsabilidades definidas para cada um”.

Platéia lotada para a abertura do Seminário na ExpoMinas

Na prática, foi oficializada no documento intitulado “Carta do X Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura” a intenção da ABCS, apoiada por todas as entidades estaduais, de recorrer ao Conselho Monetário Nacional (CMN) para se avaliar as possíveis distorções na Cadeia Produtiva da Carne Suína, principalmente nos preços e margens praticadas pelos segmentos que a compõe. “Outros setores tinham um quadro parecido com o nosso hoje e conseguiram quebrar algumas distorções”, afirma Ferreira Júnior. A Carta também pede a prorrogação dos financiamentos aos Suinocultores, com cinco anos para custeio e 20 anos para investimentos.

No encerramento do evento, Braun tomou posse para o seu terceiro mandato à frente da ABCS. Uma reunião no dia 22 de maio com os representantes das entidades estaduais na sede da Asemg ratificou a sua permanência. Em seu discurso, Braun procurou dar ênfase à necessidade de se fortalecer a estrutura associativa para que os produtores tenham mais poder de reação. Também foi anunciado que Santa Catarina e Goiás se candidataram para sediar a décima primeira edição do Seminário.

Marketing – O personagem Brad Pig deve voltar ainda este ano à tevê brasileira em três novos filmes publicitários. Eles foram apresentados durante o Seminário promovido pela ABCS e mantém sua veia humorística para destacar o sabor e as principais qualidades da carne suína. As situações se passam com pessoas em dúvida do que comer e Brad Pig sugere pratos feitos à base da carne suína, apontando suas principais características, o que o leva a ser perseguido pelos consumidores.

Pfizer doou R$ 5,5 mil para o Fundo Nacional de Divulgação da Carne Suína

Os comerciais ainda não têm data definida para veiculação, mas deverão ficar concentrados na Região Sul. As entidades integrantes do Fundo Nacional de Divulgação da Carne Suína estão negociando com a Abipecs (Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína) o desenvolvimento de um projeto que possa deslanchar uma campanha com a presença de diversos elos da cadeia produtiva. “Com um consumo maior, haverá necessidade de maior produção e, logicamente, se terá mais consumo de ração, uso de medicamentos e toda a cadeia ganha com isto”, afirma Paulo Tramontini, coordenador do Fundo, destacando que a intenção é fortalecer a promoção institucional, como já é feita, e não uma marca específica.

As ações de marketing do Fundo são financiadas por uma contribuição de R$ 0,10 por suíno abatido em Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul – únicos Estados que o integram – com uma arrecadação anual de cerca de R$ 1,2 milhão.

Parceria – A Pfizer, empresa do setor de Saúde Animal, é uma das primeiras parceiras da ABCS dentro desta política de união de diversos segmentos para a divulgação da carne suína. Durante o Seminário, a empresa a doação de R$ 5,5 mil para o Fundo. O dinheiro foi arrecado com as vendas do RespiSure-One – vacina contra pneumonia enzoótica – entre os meses de maio e agosto de 2002. Para cada frasco comercializado neste período, R$ 0,30 foi destinado para o Fundo Nacional de Divulgação da Carne Suína. “O período foi curto porque não sabíamos muito bem como seria a aceitação disto no mercado, então foi algo experimental, mas que acabou sendo extremamente positivo”, afirma Flávio Hirose, gerente de Produtos para Suínos.

Gastronomia – O Fundo também está financiando o lançamento do livro Culinária Suína Brasileira: Qualidade do Campo à Mesa, em parceria com a ACCS, ABCS, Senac, Embrapa Suínos e Aves e Escola Agrotécnica Federal de Concórdia (SC). Além de pratos preparados com carne suína, a publicação também irá apresentar a trajetória da atividade no Brasil. O lançamento deve ocorrer no segundo semestre, mas também marca a aposentadoria de Paulo Tramontini – criador do Fundo e ex-presidente da ACCS – que deve deixar a atividade associativista na suinocultura, após décadas de atuação, para dedicar-se a seus projetos pessoais.

Diretoria ABCS Biênio 2003/2004

Presidente:
José Adão Braun (RS)

Vice-presidentes:
Clair Eloy Dariva (SC)
Romeu Carlos Royer (PR)
Décio Bruxel (MG)
Weber Dalla Vecchia (SP)
Eugênio Arantes Pires (GO)

Conselho Fiscal:
Ruy Carlos Schneider (MT)
João Batista Pazuch Manfio (PR)
Irineu Wessler (PR)

Informativo da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS)
ANO V – No. 34 – 05`2003.
Parte integrante da revista Suinocultura Industrial