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Instituições catarinenses estudam viabilidade do biodiesel

<p>Santa Catarina e boa parte do Brasil estão assistindo a uma corrida desenfreada pelo biodiesel.</p>

Redação (27/11/06) – O promissor mercado dos combustíveis renováveis move a cada dia novas instituições de pesquisa, universidades, empresas e inventores independentes a desenvolverem métodos de transformação de grãos, gorduras e resíduos em biodiesel. “É algo que está começando, mas certamente veio para ficar”, prevê a pesquisadora Martha Higarashi, da Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia, no Meio-oeste do Estado.

O Brasil é um dos países com mais resultados na área dos biocombustíveis e utiliza há décadas o álcool em automóveis, por exemplo. O biodiesel, nome genérico dado a combustíveis e aditivos derivados de fontes renováveis, como óleos vegetais e gorduras animais, é uma aposta para o futuro em duas direções. Uma delas visa a minimizar o impacto da redução na oferta do petróleo sobre a economia. A segunda é ambiental, já que o biodiesel é menos poluente.

Por enquanto, o uso do biodiesel é opcional. Mas, no futuro, passará a ser obrigatório. A partir de janeiro de 2008, todo o diesel comercializado no Brasil deverá conter 2% de biodiesel.

Mas é preciso superar dois obstáculos importantes antes da popularização do biodiesel. O primeiro é estabelecer os tipos de grãos ou gorduras que oferecem o melhor custo-benefício na produção do biodiesel. “O ideal é aproveitar um resíduo de uma etapa da produção e reaproveitá-lo na fabricação do biocombustível”, explica o engenheiro químico e professor do curso de engenharia ambiental da Universidade do Contestado (UnC), André Leite.

O segundo reside no desenvolvimento de metodologias e equipamentos que permitam a produção em grande escala. O processo de produção do biodiesel em escala de laboratório é simples. Mas quando se pensa na produção de milhões de litros por mês surgem vários complicadores, como a quantidade de água necessária para “lavar” o biocombustível.

A UnC estuda, em parceria com uma empresa da região, o desenvolvimento de um projeto que aproveitará resíduos na produção de gelatina para a geração de biodiesel.
Como Santa Catarina não possui áreas extensas para a produção de grãos, a tendência é que o Estado esteja na liderança dos projetos que utilizam a gordura animal na produção de biodiesel. Matéria-prima é o que não falta em Santa Catarina, que abriga as maiores agroindústrias brasileiras.

Embrapa quer usar gordura de suínos e aves

A Embrapa de Concórdia, no Meio-oeste do Estado, único instituto de pesquisa financiado pelo governo federal voltado para a pesquisa em suínos e aves, pretende dar um novo destino à gordura que sobra após a industrialização dos dois tipos de carne nos frigoríficos do Estado. Hoje, todo o material é utilizado na produção de ração animal.

A proposta que transformará gordura animal em biodiesel está sendo analisada pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (Fapesc) para financiamento. A intenção da Embrapa é disponibilizar nos próximos anos uma metodologia para a geração de biodiesel a partir da gordura animal proveniente de resíduos de abatedouros.

Também será disponibilizado um modelo, com a sugestão de equipamentos, para transformar o biodiesel em fonte de aquecimento nas instalações usadas para a criação de suínos e aves. Olhando para o futuro, é possível afirmar que haverá tecnologia suficiente para fazer com que as propriedades rurais produzam o combustível que consomem.