Produtores de leitão da região de Fartura, em São Paulo, estão preocupados com o preço agora no fim do ano. A época sempre foi considerada boa para os negócios, só que agora a realidade é outra.
Seu Antonio Jurandir cria suínos há 45 anos. Na granja dele em Fartura, a 365 km de São Paulo, são 100 matrizes. Este ano ele investiu, aumentou o número de animais e esperava recuperar as perdas dos anos anteriores, mas foi surpreendido pela queda dos preços. “Nenhum produtor esperava essa queda nos preços no final do ano. É típico de final de ano a alta no preço do suíno terminado, principalmente os leitões, o que não aconteceu em 2010”, reclamou o criador.
Geralmente o preço costuma recuar em janeiro. Além do preço do suíno ter caído bem antes do esperado, o custo de produção continua elevado. A soja e o milho, bases de ração dos animais, não sofreram nenhuma queda. Ao contrário, no meio do ano, com uma arroba de carne suína, era possível comprar três sacas de 60 kg de milho. Hoje, o criador não consegue comprar nem duas.
Em novembro, seu Jurandir conseguiu vender a R$ 10 o kg do leitão. Hoje, não consegue mais do que R$ 7,50. “Desta forma vai ficar difícil arrecadar os custos das reformas que a gente fez”, desabafou.
De outra granja, saem por mês cerca de 600 leitões. Seu Moacir também esperava estar lucrando mais nesta época do ano. Ele vende leitões de 22 kg para empresas que terminam a engorda. No mês passado, o kg estava saindo por R$ 6, agora caiu para R$ 4,80. “Depois de dois anos perdendo agora que estava recuperando. Espero que pelo menos mantenha o preço”, disse o criador Moacir dos Santos.
“Com esta queda de preço hoje, o produtor aqui da região de Fartura não está tendo lucro. Ele já começa a ter prejuízo e a ficar no vermelho”, explicou Leila Godoi, diretora da Cooperativa de Suínos de Fartura.
Ano passado, os produtores receberam, em média, R$ 4,50 pelo kg do leitão.