Zoé, Rodrigues, Lula, Amorim, Furlan e Lima de Sá na abertura do 19o. Congresso da UBA, em Brasília |
Redação AI 26/10/2005 – O auditório do Itamaraty, em Brasília (DF), ficou lotado. Cerca de 95% da avicultura brasileira estava presente para conferir a cerimônia de abertura do 19o. Congresso da UBA, realizada na noite desta terça-feira (25/10). Todos aguardavam atentos ao discurso do presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, que no momento, no setor agropecuário, sofre com as pressões dos focos de febre aftosa e com a ameaça de uma possível chegada ao País do exótico e letal vírus H5N1 da Influenza Aviária.
O evento também se destacou por reunir na mesa das autoridades, além do presidente, três ministros: Roberto Rodrigues (da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Luiz Fernando Furlan (do Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e Celso Amorim (das Relações Exteriores). Também completaram a mesa o presidente da União Brasileira de Avicultura (UBA), Zoé Silveira dAvila, e José Augusto Lima de Sá, presidente do Conselho da Associação Brasileira de Exportadores de Frango (Abef).
O discurso do presidente Lula foi bastante aguardado pelos presentes |
Zoé iniciou a cerimônia com um discurso longo, mas oportuno. Pediu várias vezes ao presidente Lula mais esforços para o controle sanitário e recursos para a agropecuária brasileira. “Precisamos reforçar as medidas de prevenção contra a Influenza Aviária”, disse. “Uma de nossas propostas é a regionalização, por Estados, da avicultura brasileira, projeto que já foi entregue ao Ministério da Agricultura”. Zoé explicou ao presidente que a regionalização dará mais autonomia aos Estados produtores avícolas. “Se houver um foco de uma doença em um determinado Estado, só ele será barrado. Os outros poderão continuar a exportar normalmente. Esta é a nossa idéia para mantermos um maior controle sanitário na avicultura nacional e não perdermos vendas para o exterior”.
Lula entendeu o recado do presidente da UBA e frisou que a carne de frango, a carne suína e a carne bovina são o cartão de visita do Brasil no mercado internacional. “Não podemos deixar a peteca cair, disse Lula. Esta é a hora de a agropecuária brasileira agir”. Porém, Lula destacou a dificuldade do governo de manter profissionais nos setores de vigilância sanitária. “Os técnicos, hoje, preferem trabalhar em empresas privadas, ganhando salários compatíveis e não querem saber de trabalhar para o governo, ganhando R$ 2 mil e tendo que prestar contas ao Ministério Público”, explicou. “A máquina do governo perdeu força nesse sentido”. Lula propôs, então, de imediato, a união do setor público com o setor privado para alavancar as medidas de prevenção e controle sanitários no País. O Congresso da UBA segue com a apresentação de palestras nesta quarta-feira (26/10), terminando na quinta (27/10), às 13 horas.
A repercussão do discurso do presidente Lula na abertura do 19. Congresso da UBA e outros detalhes da cerimônia você confere na próxima edição da revista Avicultura Industrial – 10”2005.