Redação AI (06/09/06)- O Ministério da Agricultura publicou anteontem a relação de 103 frigoríficos de aves de todo o país autuados por excesso de água nas carcaças dos frangos colocados para comercialização. O limite estabelecido em lei é de 6%, mas foram encontradas amostras com até 22,8%. Entre os punidos estão desde os grandes frigoríficos, de atuação nacional, até os regionais pelo menos seis deles da região de Bauru (SP).
Na primeira transgressão, os autuados são advertidos e a mercadoria é retida. Na reincidência, os frigoríficos ficam sujeitos a multas que vão até R$ 25 mil. Além disso, podem ter suspenso o alvará de funcionamento.
Eliseu Gonçalves, do Allfrigor, de Arealva, um dos citados na lista, diz que o nível de água no frango é um problema mundial. Defende uma nova regulamentação para o setor, com níveis de tolerância maiores e fiscalização mais eficiente.
Na nossa região a fiscalização é grande e deveria ser assim em todo lugar, diz. Ele admite, porém, que alguns frigoríficos optam pela fraude, batizando seu produto para se proteger da baixa cotação.
O excesso de água no frango já rendeu, no mês passado, ação civil protocolada pelo procurador Pedro Antonio de Oliveira Machado, do Ministério Público Federal. A ação quer que o governo evite delegar a fiscalização a pessoas contratadas pelos frigoríficos. Também pede uma nova metodologia para determinar os níveis de água nas carcaças.
A ação do MPF tramita pela 1 Vara Federal de Bauru e pede audiência onde as partes discutam providências para o setor. Além da Allfrigor, o BOM DIA tentou, sem sucesso, contato com outros estabelecimentos da região igualmente citados. Na lista, há empresas de Itapuí (Itabom, Santa Fé e Santa Cecília), Bariri (Três Irmãos) e Guarantã.