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Mal das pernas

No Paraná, os criadores de suínos querem o refinanciamento das dívidas para continuar na atividade.

Redação SI 11/07/2003 – No Paraná, os criadores de suínos estão reduzindo os plantéis por causa da crise. Eles querem o refinanciamento das dívidas para continuar na atividade.

A granja de porcos está praticamente vazia. Há seis meses eram criados aqui cerca de 800 animais. Agora restaram apenas 70 que logo devem ser vendidos.

O criador José Abati herdou a propriedade do pai, em Medianeira, no oeste do Paraná, mas devido a crise na suinocultura e depois de vários prejuízos ele se viu obrigado a deixar a criação.

“O prejuízo está em torno de R$50,00 por cabeça de suíno. Nos vimos obrigados a parar antes que quebrássemos”, diz José.

Mesmo com a queda nos produtos que compõe a ração, os gastos ainda são altos. O custo para produzir um quilo de carne fica em torno de R$1,70 enquanto os frigoríficos pagam, em média, R$1,55 na hora do abate.

A Associação Paranaense dos Suinocultores está fazendo um levantamento para identificar a situação do setor. A estimativa, por enquanto, é que 30% dos 36 mil criadores do Estado já tenham desativado as granjas nos últimos dois anos.

Os suinocultores que ainda continuam na atividade querem o refinanciamento das dívidas que tem com os bancos. A proposta é dividir o pagamento em até 20 anos.

Enquanto o governo federal estuda a questão, os produtores estão com contas suspensas por dois meses. Mesmo assim, ainda tem gente que acredita na recuperação do setor.

O criador Euclides Gasparini tem 330 fêmeas. Ele entrega cerca de 600 leitões por mês que vão ser engordados por outros criadores. Há dois anos ele pediu emprestado R$100 mil emprestados ao Banco do Brasil para investir na granja.

“Hoje, com os preços baixos dos suínos não temos como pagar essas dívidas, por isso, estamos reivindicando ao governo federal que nos dê um auxílio para o alongamento dessas dívidas para que possamos saldá-las com tranqüilidade e permanecer na atividade”, explica Euclides.

Os suinocultores estiveram em Brasília no mês passado e pediram que o governo compre o excedente da produção para formar um estoque regulador.