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Marca não é importante para os consumidores, diz pesquisa ACNielsen

Estudos realizados pela ACNielsen com consumidores de supermercados apontam que 41% são influenciados em sua decisão de compra por melhores preços e apenas 2% pela marca do produto.

Da Redação (22/03/2001) A ACNielsen Brasil apresenta os resultados de estudos inéditos, com o objetivo de ajudar o empresário a entender melhor seu consumidor. “Mudanças no Mercado Brasileiro: O que pensa o consumidor?” é o tema dos estudos apresentados pela empresa e que traçam um perfil do consumidor latino-americano. Foram entrevistadas 7699 pessoas, divididas em 5 países.

Segundo Arturo Garcia Castro, gerente geral da ACNIelsen Brasil, o consumidor latino-americano, entre eles o brasileiro, está cada vez mais exigente e tende a ser menos leal às marcas. Balancear investimentos com propaganda, manter preços competitivos e estabelecer estratégias nos pontos de vendas são ações que permitem ao empresário fortalecer suas marcas. “Somente dessa forma é possível agradar um consumidor otimista que acredita em seu futuro”, analisa Arturo Castro.

Por meio de análises de mercado e pesquisa junto aos consumidores brasileiros, argentinos, chilenos, colombianos e mexicanos, a ACNielsen chegou à conclusão que, apesar das dificuldades enfrentadas pela América Latina durante 2000, as expectativas para esse ano são otimistas, principalmente para o Brasil, México e Colômbia. O consumidor, esperançoso com a diminuição da taxa de desemprego, de juros e de inflação, demonstra-se mais otimista em relação ao seu próprio futuro do que ao do país.

Os resultados das pesquisas realizadas pela ACNielsen apontam que 59% dos consumidores brasileiros pagam suas compras de maior gasto em dinheiro, e 22% desse tipo de compra (de maior gasto) são pagas com cartão de crédito.

Uma significativa contribuição para a formação desse cenário é o planejamento das compras em supermercados. No Brasil, 53% dos consumidores não levam lista, 39% levam lista e compram outros produtos, enquanto apenas 8% levam lista e não compram outros produtos. “O brasileiro é um dos consumidores mais suscetíveis às compras por impulso e um dos que menos faz planejamento para esse tipo de ação”, explica Arturo.

Outros estudos da ACNielsen também confirmam que a perda de participação de vendas que atinge as tradicionais marcas é justificada pelo crescimento das marcas de preços mais baixos no mercado. Outro fator detectado nos estudos é a reação dos consumidores frente às marcas próprias. Entre os consumidores que não compram marcas próprias, 57% não se mostram interessados em trocar de marca. Isso mostra que os outros 43% consideram a possibilidade de trocar de marca e, nesse caso, as marcas próprias têm grande oportunidade junto a estes consumidores. Os estudos apontam ainda que 76% dos consumidores brasileiros justificam o uso de marcas próprias pelos preços mais baixos, 49% pela qualidade e 34% pela confiança no supermercado.

Na hora de escolher o supermercado ideal, os consumidores brasileiros consideram fundamental a proximidade com suas residências, tanto para realizar compras de maior gasto (43,3%) como para compras mais freqüentes (55,8%). Mas os fatores preço, boas ofertas e variedade de produtos também aparecem com destaque (63,9%, 54,9% e 44,9% respectivamente). Novidades também estão entre os itens mais procurados: 76% não rejeitam produtos novos e 36% afirmam que são um dos primeiros a comprar novidades. “A questão marca não aparece por si só como um diferencial, necessitando de especial atenção, já que os consumidores não demonstram-se fiéis. As marcas líderes estão perdendo posição”, afirma Castro.

Analisando esses resultados, o perfil que a ACNielsen traça do consumidor latino-americano é de um consumidor otimista, que acredita em seu futuro e para quem preço e localização da loja são fatores fundamentais. ” O consumidor está mais atento, pois verifica data de validade e se interessa pelo valor nutricional dos produtos. A curiosidade e a impulsividade completam esse perfil, já que o consumidor compra pela degustação e é extremamente suscetível a comprar por impulso”, finaliza Castro.