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Mercado do frango

<p>Fusão Perdigão/Eleva irá alterar o ranking do frango no Brasil.</p><p></p>

Da Redação 23/10/2007 – Há pouco mais de três meses, ao comentar que nos EUA a Tyson Foods perdeu a liderança na produção de carne de frango para a Pilgrim’s Pride Corp. (que adquiriu a Gold Kist Inc. e, com isso, passou a ocupar o primeiro posto), o AviSite também comparou os cinco maiores produtores norte-americanos com os cinco maiores brasileiros (vide "Tyson já não é mais o maior produtor de frangos do mundo").

Pois o ranking que, nos EUA, foi alterado no ano passado, pode agora apresentar alteração também no Brasil, conforme se encaminhem as negociações entre Perdigão e Eleva (ex-Avipal) no que vem sendo chamado, por ora, de "fusão de operações".

Pelo ranking da UBA relativo a 2006, a Perdigão – que ocupa o segundo lugar na produção de carne de frango, atrás da Sadia, líder de mercado – abateu em 2006 um total de 530,1 milhões de cabeças de frango, enquanto a Avipal (agora Eleva) – que ocupou a quinta posição, atrás da Seara e da Frangosul – abateu 174,2 milhões de cabeças. Somada, a produção das duas empresas chegaria aos 704,3 milhões de cabeças, 9% a mais que o abate da Sadia. Assim, como ocorreu nos EUA com a Tyson, por aqui a Sadia também passaria para o segundo lugar.

À primeira vista, porém, a troca de postos, se ocorrer, pode ficar restrita à produção, não alcançando a exportação da carne de frango. Pois, conforme dados da Abef, ainda que tenham mantido a mesma posição observada na produção (Perdigão em segundo; Avipal em quinto), o volume por ambas exportado em 2006 (agora em toneladas) correspondeu a 24,02% do que o Brasil exportou, enquanto os embarques da Sadia representaram 25,87% do total.

É verdade, aqui, que a diferença é pequena e, assim, a posição da empresa líder é relativa. Mas o que não escapa, é que, concretizando-se a fusão prevista, duas empresas, apenas, estarão respondendo por metade das exportações brasileiras de carne de frango. Já na produção, ambas responderão por quase um terço do total nacional (Sadia, cerca de 15% das cabeças abatidas em 2006; Perdigão-Eleva, pouco mais de 16%), o que, de toda forma, aumenta ainda mais a concentração de abates no País.

Naturalmente, às especulações acima se juntam outras mais abrangentes, tentando antecipar os próximos passos das empresas envolvidas nesse verdadeiro jogo de xadrez. Assim, já se diz que a Sadia poderá responder ao "troco" que está recebendo da Perdigão adquirindo, por exemplo, a Globoaves, que deveria ter sido adquirida pela Tyson.

Curiosamente, até a norte-americana Tyson está sendo mencionada nesse processo, pois, no final de semana, correu no mercado a informação de que estaria, finalmente, fechando negócio com um abatedouro brasileiro. Porém, contradizendo informações anteriores de que essa negociação poderia envolver as instalações mineiras da Dagranja as notícias correntes referiam-se a um abatedouro paulista.

Note-se, a propósito, que a Dagranja tem instalações em três estados, um deles São Paulo. Mas as "fontes de mercado" insistiam tratar-se de uma empresa paulista.