Em pouco tempo os brasileiros terão mais um motivo para comemorar: o crescimento do biocombustível na matriz energética com a previsão de conclusão, nos próximos dois meses, dos testes para adição do chamado B11 – adição de 11% de biodiesel ao óleo diesel. Este novo percentual proporcionará ao país uma economia de quase R$ 1,3 bilhão ao ano com a redução na importação de 600 milhões de litros de óleo diesel. Os números foram apresentados pelo Ministro Bento Albuquerque durante lançamento da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel, na quarta-feira (22), em Brasília.
A implantação da mistura B11 será feita após estudos de curta duração sobre aditivação do biodiesel no Instituto Nacional de Tecnologia (INT). Os resultados desses estudos serão analisados e atestados pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, instituição independente, garantindo a melhor governança e qualidade na integração dos biocombustíveis na matriz energética e de transporte no Brasil. Isso deve ser concluído nos próximos dois meses.
Em seu discurso na solenidade, o ministro disse que “a solução para o B11 foi um trabalho de articulação e diálogo do Ministério de Minas e Energia (MME) com as entidades e associações representativas da indústria automobilística, do setor de biodiesel e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A entrada em vigor da mistura B11 deve induzir investimentos em ampliação da capacidade de produção de biodiesel e processamento de soja de mais de 700 milhões de reais”.
A partir da conclusão dos testes a ANP revisará a especificação do biodiesel, para aumentar o requisito de “estabilidade à oxidação” do biodiesel, de 8 para 12 horas, com o objetivo de atingir no mínimo 20 horas de estabilidade na mistura com o diesel e, assim, aumentar a vida útil do combustível em todas as etapas de comercialização”, explicou Bento Albuquerque. “Juntos, concordamos que essa solução regulatória para a estabilidade à oxidação é o passo necessário para garantir a validação da mistura B11 na forma como exige a lei. Foco na proteção do consumidor”, frisou o ministro.
O ministro lembrou que o Brasil é, hoje, o segundo maior produtor mundial de biodiesel, enalteceu a solidez e consolidação da indústria brasileira do biodiesel e a contribuição do produto para reduzir as principais emissões poluentes e para mitigar os gases causadores do aquecimento global. Para o ministro, o aumento da produção e do uso do biodiesel é também importante para a segurança energética. “A dependência externa com a importação de óleo diesel de petróleo alcançou 21% no ano passado. Foram 11,4 bilhões de litros importados, com transferência de renda na nossa sociedade para o exterior. Esse volume de importação superou em mais de duas vezes a nossa produção de biodiesel”, lembrou Bento Albuquerque.
Ao recordar da atual adição de 10% biodiesel ao óleo diesel, destacou que o Brasil é o segundo maior produtor mundial e que o país produziu 5,3% bilhões de litros no ano passado. Foi um crescimento de 25% em um ano apenas.
O Ministro ressaltou que o setor também está alinhado quanto à necessidade da conclusão de estudos mais extensos para avaliar o aprimoramento de mais parâmetros da especificação do biodiesel, em condução pelo Centro de Pesquisas e Análises Tecnológicas (CPT) da ANP para a evolução da mistura do B15 acontecer a partir de 1º de março de 2023. “Os resultados desses estudos, em conjunto com o reforço de boas práticas de manuseio e armazenamento de combustíveis, são essenciais para a segurança do consumidor”.
Segundo Bento Albuquerque, “a capacidade de produção precisará aumentar em praticamente 50% em 5 anos. São cerca de R$ 8 bilhões de investimentos em novas usinas de biodiesel e expansão do processamento de óleos vegetais no Brasil. E de sobra vai aumentar a produção brasileira de proteína vegetal e animal, com mais oferta de alimentos para a nossa população”, disse, entusiasmado, o ministro Bento Albuquerque.
Sobre a Frente Parlamentar Mista do Biodiesel, o ministro afirmou: “a Frente Parlamentar Mista do Biodiesel é o ponto de encontro no nosso Poder Legislativo para ouvir as demandas da sociedade por energia renovável no setor de transporte coletivo de passageiros e de cargas. É o ponto de encontro para as demandas da agroindústria brasileira, em especial da soja e de carnes, que têm ligação umbilical com a indústria de biodiesel”, enalteceu Bento Albuquerque. “Assim – ressaltou – essa Frente vem para somar de forma fundamental para o desenvolvimento do biodiesel no Brasil”.