Redação (08/03/07)– A mudança no cenário dos negócios do setor a partir de agosto de 2006, com a recuperação do mercado interno e o início do retorno à normalidade do mercado externo, afetado pela propagação da gripe aviária, levaram à recuperação da atividade no estado. O Paraná é maior produtor e exportador de aves do país, com 22% do total nacional (em 2006 foram abatidos 1,011 bilhão de cabeças).
A indústria avícola retomou seu ciclo de expansão e investimentos, interrompido entre em 2006 quando o setor caiu 5%, acredita o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins. Para ele, o mercado paranaense poderá voltar ao patamar anterior à crise, quando o setor chegou a crescer entre 20% e 30% ao ano, principalmente por causa das exportações.
"Há um sinal evidente de recuperação da confiança", disse Martins. "Os investimentos na atividade deverão alcançar R$ 100 milhões em todo o estado", acrescentou. Os recursos serão destinados ao aumento da capacidade de alojamento de pintinhos, modernização e instalação de novas granjas. "Até o fim de agosto o Paraná deverá chegar a uma capacidade de alojamento de 100 milhões de pintinhos ao mês e isso pode alavancar um crescimento ainda maior para a indústria já no próximo ano", disse ele.
No auge da crise, a capacidade de alojamento no estado que era de 90 milhões de pintinhos caiu para 70 milhões e hoje está em 92 milhões. No país, era de 410 milhões, caiu para 350 milhões e atualmente está em 420 milhões de pintinhos. Um dos motivos do retorno desses investimentos, além da confiança no crescimento do mercado, é o alongamento dos créditos para o setor de cinco para oito anos, informou Martins.
O crescimento, por sua vez, está vindo numa base mais consistente e de maior valor agregado. No acumulado de 2006, as vendas externas de produtos industrializados cresceram 197% em receita e 159% em volume e essa tendência estás e repetindo em 2007 quando os industrializados já cresceram 17% em relação a janeiro de 2006, somente na exportação.
"Vamos começar a bater de frente com dois grandes produtores que são os Estados Unidos e a Tailândia, mas há muito espaço ainda para crescer nos industrializados", disse Martins. No mercado interno também deverá haver um grande avanço dos cortes de frangos temperados para aumentar o consumo per capita atualmente em 40 kg, contra 64 kg do Japão, por exemplo.
O Paraná envia 73% de sua produção para o mercado interno e 27% para o mercado externo. As exportações neste ano deverá chegar a 820 mil toneladas, contra 790 mil toneladas em 2006. prevê Martins.
kicker: Em 2006 as vendas externas cresceram 197% em receita e 159% em volume e essa tendência está se repetindo em 2007.