Redação (26/06/06) – A produção de carne e ovos de galinhas caipiras, uma das atividades rurais mais antigas, está há dois anos incrementando a economia de seis pequenos municípios do Curimataú e Brejo paraibano. A atividade, incomum numa região onde a caprinovinocultura é predominante, consiste na criação de galinhas para abatimento ou comercialização de ovos.
A mudança, que recebeu apoio de técnicos do Sebrae Paraíba, Emater e prefeituras municipais, vem atraindo um número cada vez maior de produtores dispostos a apostar no novo ramo de negócio. Entre os que já fizeram adesão à atividade estão Antônio Paulino. Para o produtor, os bons resultados da atividade se devem ao baixo investimento financeiro e fácil retorno que a avicultura alternativa possibilita. Com R$ 3 mil é possível iniciar uma criação de 400 aves para abatimento, construir o galpão avícola e garantir uma quantidade considerável de ração, disse.
O baixo custo da manutenção também levou o funcionário público José Helânio a se tornar produtor. No quintal de sua casa, em Picuí, ele possui uma criação de 90 galinhas com produção diária de 80 ovos e o lucro mensal de quase R$ 400. Por causa do bom retorno financeiro, Helânio já tem planos para expandir o negócio e comprar uma pequena propriedade rural para a criação de mais de mil aves.
Segundo Luciane Raquel, técnica do Sebrae que está acompanhando o projeto, a proposta foi apresentar uma alternativa econômica viável às condições da realidade local. Para tanto, foram disponibilizadas uma série de intervenções voltadas à capacitação da mão-de-obra e organização do grupo, tornando-o capaz de conquistar espaço no mercado.
Picuí e Pedra Lavrada foram os primeiros municípios a dar início ao trabalho na avicultura. Depois vieram os municípios de Arara, Sossego, Nova Floresta e, mais recentemente, Lagoa de Roça, onde os produtores já reconhecem os benefícios da atividade. Antes de iniciar o novo negócio, os produtores participaram de cursos sobre construção avícola, manejo das aves e da ração, controle sanitário e comercialização, além de constituírem uma associação.
O veterinário Vicente de Assis, consultor que acompanha o processo de desenvolvimento da atividade, diz que a próxima etapa é a construção de um abatedouro em um dos municípios, já que as aves são comercializadas ainda vivas, implicando queda do preço.