A produção de energia eólica no Brasil está batendo recorde atrás de recorde, principalmente no Nordeste.
Os bons ventos nunca foram tão bem aproveitados. Na terça-feira (4), o Brasil produziu 6.704 megawatts de energia eólica. Mais do que o recorde anterior, de um dia antes (6.280) e o que o registrado no dia 13 de setembro de 2016 (6.059).
A energia gerada na terça é suficiente para abastecer 3 milhões de consumidores por um mês inteiro. E significou 11,42% de toda a eletricidade produzida no dia, no país.
O Brasil tem 457 parques eólicos, 80% deles estão no Nordeste. Juntos, eles têm capacidade de produzir 11,4 gigawatts de energia eólica. É o equivalente a uma usina de Belo Monte.
No Brasil, os ventos vão ficando mais fortes de meados de junho até dezembro. Os melhores meses são setembro e outubro. Por isso, o setor aposta que muitos recordes vão ser quebrados até o fim de 2017.
Até 2020, outros 287 parques vão entrar em operação e vão gerar mais 7 gigawatts de eletricidade. O potencial de crescimento da produção desse tipo de energia é imenso. Uma conta, feita pela Associação Brasileira de Energia Eólica, deixa isso claro.
Todas as usinas do país, de todas as fontes – hidrelétrica, termoelétrica, eólica, solar – têm capacidade de produzir juntas 160 gigawatts de energia. Mas se tivéssemos parques eólicos em todos os lugares do Brasil já mapeados, a produção poderia chegar a 500 gigawatts, mais do que o triplo do que produzimos hoje.
Em 2016, o Brasil ficou em nono lugar no ranking mundial de produção de energia eólica. A primeira da lista é a China.
Segundo Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica, o setor tem R$ 20 bilhões para investir em novos parques a cada ano. Mas os investimentos só serão feitos quando houver necessidade de geração de mais energia.
“Semana passada a gente já teve um dado do ONS que a carga, a demanda por energia no Brasil cresceu 2,5. Este é um sinal de que nós vamos precisar contratar mais energia e nós vamos colocar mais parques eólicos com uma energia limpa, renovável e competitiva e que traz benefícios pra sociedade”, explicou Elbia Gannoum.