Os recentes casos da nova gripe em cidades gaúchas mudaram a rotina do comércio, das estradas e de hotéis da região. O Ministério da Saúde confirmou 680 casos da doença no Brasil nesta terça-feira (30), sendo 85 no Rio Grande do Sul.
Em Erechim (RS), 35 parentes e amigos do caminhoneiro, de 29 anos, que morreu em Passo Fundo (RS), no domingo (28), estão em isolamento domiciliar. Essa foi a primeira morte registrada no país em decorrência da nova gripe. Duas outras cidades decretaram situação de emergência por causa da doença. Em São Gabriel (RS), os alunos ficaram em casa por uma semana para a limpeza especial das salas de aula. Em Itaqui (RS), na região de fronteira do Brasil com a Argentina, mais de 10 mil estudantes estão sem aulas. Eventos públicos também foram suspensos.
Em Pantano Grande (RS), o restaurante Paradeiro V, tradicional ponto de parada de ônibus com turistas argentinos, passou a manhã desta quarta-feira (1º)vazio. Para tentar atrair fregueses, o dono do estabelecimento aceita até baixar preços. Um exemplo disso é o pé-de-moleque de 12 quilos, que custa R$ 95. “Olha, por causa do baixo movimento, a gente até aceita negociar. Dependendo da proposta, o cliente leva com desconto”, disse o caixa Djalmo Andrade, 35 anos.
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Ele disse que já vendeu quatro unidades do doce, mas afirmou que o pé-de-moleque que está exposto na prateleira do restaurante, desta vez, está demorando mais para ser comercializado. “A gripe afugentou um pouco os clientes, mas a gente espera que vai melhorar.”
Na rodovia BR-290, que liga Porto Alegre a São Gabriel (RS), um desvio na pista por causa de uma obra era ponto conhecido de congestionamento na região antes das confirmações dos casos da nova gripe no estado.
Apesar do pouco movimento de carros, o operário responsável por orientar os motoristas no local acaba fazendo o trabalho de forma mecânica. O fluxo de carros pela pista caiu bastante depois da confirmação da morte de um caminhoneiro gaúcho por causa da nova gripe.
Apesar de ser baixa temporada, o Hotel San Isidro, em São Gabriel, considerado um dos maiores da cidade, está praticamente vazio. “É até normal termos poucos hóspedes, mas a gripe acabou ajudando um pouco a afastar as pessoas”, disse um dos funcionários da recepção.
