Redação SI (20/03/06) O primeiro Fórum Legislativo Estadual da Suinocultura foi realizado no Paraná, no sábado, na cidade de Francisco Beltrão, com a participação de mais de cento e vinte produtores. O Fórum foi coordenado pelo presidente da Associação dos Produtores de Suínos do Estado, Irineu Wessler, e pelo Presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Rubens Valentini. Foi o primeiro encontro dentre os que estão sendo organizados para preparar a realização do I Fórum Legislativo da Suinocultura, marcado para o final do mês de maio, no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Wessler formou quatro grupos de trabalho para discutir os temas centrais do Fórum Legislativo: meio ambiente; mercados interno e externo; política sanitária; e marketing. Envolvidos diretamente na questão da febre aftosa, depois da constatação inicial do foco na Fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira, os produtores paranaenses pedem prioridade para a questão institucional do setor. O grupo que debateu a política sanitária chegou a conclusão de que não podem persistir dúvidas no que diz respeito à responsabilidade institucional pelo controle sanitário. Eles acham que o Paraná sofreu grandes prejuízos com o vácuo de autoridade e indecisão ocorrido depois que as autoridades estaduais contestaram os laudos do Ministério da Agricultura que confirmaram a incidência da doença.
Para o Presidente da ABCS, Rubens Valentini, o encontro de Francisco Beltrão sinaliza fortemente o interesse dos produtores em discutir politicamente os principais problemas do setor. Visivelmente os suinocultores estão dando passos largos para trabalhar seus problemas do lado de fora da porteira, no ambiente onde serão encontradas as soluções que buscamos, afirma Rubens. Na mesma linha, o Vice-Presidente Nacional da ABCS, Romeu Royer, coordenador do grupo que debateu a questão do mercado, diz que o suinocultor demonstrou claramente estar de olho na necessidade de atender a demanda dos consumidores, de priorizar a qualidade do produto que chega nas gôndolas.
O grupo de meio ambiente destacou a importância do segmento trabalhar unido para conseguir, do governo federal, crédito de longo prazo e juros zero para investimentos em controle ambiental. Para Irineu Wessler, na medida em que a questão ambiental é de responsabilidade da sociedade como um todo, não é justo que todo o custo do controle do meio ambiente recaia sobre o suinocultor.
Por fim, o grupo que discutiu marketing defendeu a estruturação de um sistema de arrecadação, a nível nacional, que consiga aportar os recursos necessários a uma campanha destinada a fomentar o consumo de carne suína no mercado doméstico. Uma das idéias mais inovadoras sugeridas pelos produtores prevê a limpeza dos animais antes deles deixarem as granjas, para que a gente comece a se preocupar com a imagem do nosso produto desde a granja, diz o relatório.