Redação (23/05/06)- Com resultados extremamente positivos, a indústria de alimentação animal comemora crescimento de 8,6% em 2005, contra os já expressivos 6,5% experimentados no ano anterior. Segundo o SINDIRAÇÕES, Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal, foram produzidas 47,2 milhões de toneladas de rações, com valor estimado em US$ 9,3 bilhões.
De acordo com Mario Sérgio Cutait, presidente do SINDIRAÇÕES, duas razões em especial justificam os números elevados: por um lado, a expansão dos plantéis pecuários fontes de proteína animal para alimentação humana , que possibilitou incremento na participação do Brasil nas exportações de carne; por outro, há as ofertas abundantes de insumos básicos para a produção de rações, como milho, soja e outros ingredientes”.
Quanto ao desempenho da indústria de rações por segmento de consumo, a avicultura de corte e a de postura tiveram elevação de 9,6% e 8,4%, respectivamente. A suinocultura também se sobressaiu, com desenvolvimento de 7,2%. Já para o segmento de pet food, a produção de alimentos cresceu 9%, acima dos 8% previstos. No entanto, o grande destaque de 2005 foi a pecuária de corte: a comercialização de rações superou os 13%.
Previsões otimistas também para este ano
Considerando as demandas normais por proteínas de origem animal para consumo doméstico, seria possível prever desempenho similar do setor em 2006. No entanto, novos fatores influenciam o mercado das carnes, com interferência nos plantéis dos animais e, conseqüentemente, no mercado de rações.
O aparecimento de focos de febre aftosa em estados brasileiros, no fim de 2005, impediu a manutenção dos volumes exportados de carnes de bovinos e suínos, e pressionou para baixo o preço do boi vivo, causando problemas financeiros para os criadores. “Não observamos redução nos abates de bovinos, mas houve aumento excessivo nos abates de reprodutoras e diminuição do uso de insumos nas criações”, ressalta Cutait. Já a maior oferta de suínos no mercado interno derrubou os valores, provocando baixa nos alojamentos para corte.
Além disso, nos primeiros meses de 2006, a divulgação dos focos de gripe aviária ocasionou forte impacto no consumo de carnes de aves, principalmente na Europa. O reflexo no Brasil é imediato: queda prevista de 400 mil toneladas nas exportações de carnes avícolas. “Em função disso, empresas exportadoras promovem programas intensivos de redução de plantéis, o que implica menor demanda de alimentos para animais”, informa o presidente.
Apesar do cenário de crise, o agronegócio brasileiro permanece evoluindo, e estima crescimento de 3,5% em relação a 2005. Conforme mostra a tabela abaixo, os segmentos que devem apresentar melhores resultados são: avicultura de postura, 6%; suinocultura, 6%; pecuária leiteira, 6%, e de corte, 5,5%; e, por fim, pet food, com previsão de 7% no aumento do consumo de rações.
Segundo Cutait, passada a tempestade, o Brasil fortalecerá ainda mais sua liderança nas exportações de carnes, com forte tendência também para exportação de leite. É fundamental frisar que nós temos totais condições de preservar a estabilidade e competitividade diante de crises de consumo, como é o caso da gripe aviária. Tem mais: as medidas sanitárias adotadas pela indústria brasileira previnem a entrada de doenças e, em outros casos, garantem o controle de focos e a erradicação de eventuais males. Assim que o consumidor se conscientizar sobre o assunto, a demanda volta à normalidade, e nós retomaremos o crescimento, finaliza o presidente do SINDIRAÇÕES.
Sobre o SINDIRAÇÕES
O SINDIRAÇÕES, Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal, foi fundado em 1953, e é hoje o principal representante da indústria brasileira de ingredientes, premix, suplementos e rações para animais. Com sede em São Paulo, no edifício da FIESP, a entidade reúne cerca de 130 associados que representam mais de 80% do mercado comercial de produtos destinados à alimentação animal , e tem como parceiros a ASBRAM, Associação Brasileira da Indústria de Suplementos Minerais, e a ANDIFÓS, Associação Nacional para Difusão de Fontes de Fósforo na Alimentação Animal.
O SINDIRAÇÕES está à frente de um setor produtivo que responde por 1,8% do PIB, e movimenta mais de US$ 9 bilhões por ano. O setor de alimentação animal exporta, anualmente, o equivalente a US$ 49,9 milhões.