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Otimismo do setor

<p>Suinocultura poderá ser beneficiada com crise de alimentos e energia limpa.</p>

Redação (27/08/2008)- As perspectivas para a suinocultura do Oeste e do Paraná são favoráveis a curto e médio prazos ou ao longo de 2008 e próximos anos. A avaliação é do vice-presidente Administrativo da Associação Paranaense dos Suinocultores (APS), veterinário João Batista Manfio.
Conforme ele, o otimismo dos criadores foi um dos destaques da assembléia geral ordinária da entidade, realizada em 12 de agosto, em Guarapuava, juntamente com a 3ª edição do Dia do Suíno.

“O ano de 2007 foi difícil, com os suinocultores acumulando prejuízos e dívidas. Por isso, a atuação da APS foi ainda mais importante, dentro de suas finalidades de defesa dos anseios e reivindicações da categoria e busca de soluções para o setor”, afirma Manfio. Este compromisso com o criador, segundo ele, foi demonstrado especialmente nos meses de agosto e setembro do ano passado, quando os preços do milho começaram a subir.

Exercendo a representatividade dos produtores, a APS reivindicou e obteve da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a venda do cereal, na modalidade a balcão. Foram disponibilizadas e comercializadas cerca de 30 mil toneladas de grãos de boa qualidade e a preços compatíveis com a atividade, aliviando a suinocultura num momento de crise acentuada. “O milho, por ser o principal componente da ração dos suínos, é hoje uma grande preocupação, pois com a redução dos estoques mundiais e aumento da demanda, inclusive para a produção de etanol, os preços tendem a se manter elevados”, acrescenta Manfio.

Dependência do milho
Por isso, segundo ele, a APS recomenda que o criador procure ser auto-suficiente na produção do cereal, buscando até mesmo parcerias com vizinhos agricultores, ao mesmo tempo em que reivindica da Conab o cumprimento de suas finalidades legais de reguladora de mercado, fazendo e comercializando estoques, nos momentos de crise. No Paraná, conforme Manfio, a Conab tem sido uma grande parceira dos suinocultores, o que permitiu à categoria a superação de períodos difíceis, como foram os últimos anos.

Ao lado das gestões junto à Conab, a preocupação com a questão ambiental da atividade e representação política do produtor na defesa de suas aspirações e necessidades, segundo ele, foram destaques na atuação da APS no último exercício. “Na assembléia, onde a participação do Oeste foi outro ponto alto, obtivemos a aprovação unânime das contas apresentadas pelo presidente Irineu Wessler e comemoramos a previsão de que 2008 deverá ser um ano bom para a suinocultura”, destaca. Os preços do suíno, segundo ele, reagiram e deverão se manter favoráveis, até porque a demanda de alimentos está crescendo nos mercados interno e externo e a qualidade da carne suína  sendo reconhecida por cada vez mais consumidores. Assim, mesmo que demore ou só aconteça a médio prazo, o criador irá recuperando as perdas acumuladas nos últimos anos, quando os preços do suíno vivo não cobriam os custos de produção. Há também a questão de renegociação de dívidas antigas, ainda não equacionada pelo governo federal, pois os criadores desejam o mesmo tratamento dispensado a produtores de grãos.

Consultor internacional
Outro destaque da assembléia foi palestra do consultor Osler Desouzart, sobre as tendências do mercado das carnes e em especial a carne suína.
O especialista em comércio internacional é membro da diretoria consultiva do Fórum Mundial da Agricultura, já trabalhou na Espanha, França e Suíça, além do Brasil, presta consultoria a entidades e instituições da Europa e das três Américas, já atuou em grandes empresas brasileiras como Sadia, Perdigão e Frangosul e presta serviços à entidades de exportadores brasileiros.

Seus conhecimentos e opinião sobre comércio internacional e competitividade no negócio agro-alimentício são respeitados, sendo convidado a proferir palestras em diferentes países, em congressos e encontros de dirigentes ligados às cadeias produtivas da agroindústria.

Desouzart afirmou que as perspectivas para a suinocultura paranaense e nacional são positivas a médio e longo prazos, em conseqüência da demanda mundial de alimentos e energia limpa.

A atividade, além de produzir alimento de qualidade, como a carne suína e derivados, ainda encontrou no tratamento de dejetos uma forma de produzir energia limpa e biofertilizantes, contribuindo para o controle do aquecimento global.

Para isso, no entanto, o produtor terá de buscar maior competitividade e racionalidade na atividade, além de fortalecer a organização de classe.
A categoria só conseguirá enfrentar e superar suas dificuldades, através do fortalecimento das associações, sejam elas municipais, regionais, estaduais ou nacional, para que tenham a representatividade necessária para a defesa dos interesses coletivos da suinocultura.