Redação SI (24/03/06) – O Presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos(ABCS), Rubens Valentini, entregou hoje ao Ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, uma carta na qual solicita a criação de uma linha de crédito especial para a “sobrevivência da suinocultura brasileira”. A ABCS pediu ainda a prorrogação dos vencimentos de débito contratados por suinocultores, além de outras reivindicações, necessárias diante do agravamento da crise introduzida no pais pelo impacto da influenza aviária no mercado de proteína animal. No mesmo documento, Valentini solicita que o Governo mantenha gestão de alto nível junto ao governo da Rússia para que o embargo determinado por aquele país seja equacionado no prazo mais rápido possível.
“O Brasil não pode se dar o luxo de destruir um ativo social e econômico tão importante quanto sua suinocultura”, comentou Valentini, para quem a agilidade do Governo poderá não só minimizar os efeitos da crise como criar alternativas estruturais para o encaminhamento de soluções para os problemas do setor.
Na carta entregue ao Ministro, o Presidente da ABCS enumerou cinco reivindicações:
1)Prorrogação imediata dos vencimentos das dívidas dos suinocultores junto a instituições oficiais de crédito;
2)Inclusão da suinocultura na comentada “MP do Bem” para a agricultura,
3)Que a linha de crédito para aquisição para estocagem de milho seja explicitamente estendida aos suinocultores não integrados;
4)Criação de uma linha de crédito para retenção de matrizes.
5)Dar continuidade às gestões de alto nível junto ao governo russo visando a obtenção da liberação da exportação de carne suína.
Os preços praticados durante esta semana demonstram um distanciamento profundo entre os valores ofertados pelos frigoríficos e os custos de produção dos suinocultores. “Há estados, como Minas Gerais, que os produtores estão perdendo R$50,00 por animal vendido isto não pode continuar”, diz Valentini.
A prorrogação dos prazos de pagamentos de débitos junto a bancos federais é vista pela ABCS como uma medida paliativa, porém indispensável. “E completamente ao alcance do Governo é só uma questão de sensibilidade”, diz Rubens Valentini.
Para a ABCS, o Governo tem a obrigação de acender uma luz vermelha e colocar todos os seus esforços diplomáticos a serviço da solução do problema. Para usar uma analogia com o futebol, tão em moda no Palácio do Planalto: “a situação é tão grave como um pênalti e tem que ser batido pessoalmente pelo Presidente da República”, finalizou Valentini.