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Paraná reclama de sanções à carne

<p>Secretário parananese diz que vai esgotar via diplomática antes de retribuir restrições.</p><p></p>

Péricles Salazar: apoio à imposição de barreiras.

Redação (11/01/07) – Na próxima semana, o ministro em exercício da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luiz Gomes de Souza, vai intermediar uma reunião entre o Paraná e os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul  para discutir as barreiras que ainda estão sendo impostas à carne paranaense devido à febre aftosa. Em outubro do ano passado, o ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, veio a Curitiba para divulgar que foram suspensas todas as restrições sanitárias feitas ao Paraná. Mas o Estado ainda não conseguiu normalizar a comercialização com os dois estados.

A febre aftosa ainda continua gerando prejuízos ao Estado. Santa Catarina, que é o segundo maior mercado consumidor dentro do País, só aceita comprar carne desossada e ainda faz uma série de restrições. O Rio Grande do Sul não está comprando nenhum outro tipo de carne. Sem a retomada das exportações para Rússia, que consome 70% do que sai do País, e para outros 55 países, a situação vem se complicando ainda mais. Só com as exportações o prejuízo é de R$ 640 milhões.

Além de o Ministério da Agricultura ter suspenso as restrições sanitárias, todas as análises sorólogicas feitas do rebanho paranaense deram resultado negativo para a doença. Mesmo assim, o presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná (Sindicarnes-PR), Péricles Salazar, explica que o Estado fez várias tentativas para retomar a comercialização com os dois estados, mas até agora o resultados foram negativos. Ele explica que Santa Catarina tem até uma justificativa técnica, já que é considerado há 10 anos área livre de febre aftosa sem vacinação. “Embora eles ainda não tenham o certificado da Organização Internacional de Epizotias (OIE)”, comenta. Já o RS não tem nenhuma justificativa, uma vez que também é considerado área livre de febre aftosa com vacinação, mesmo caso do Paraná.

Para Péricles, nesta história toda quem saiu ganhando foram os estados vizinhos, que estariam fazendo reserva de mercado. A carne que Santa Catarina comprava do Paraná, agora sai do Rio Grande do Sul. O sindicalista está apostando todas as fichas no encontro da próxima semana para que a situação seja resolvida. Na terça-feira (16) a reunião será em Santa Catarina e na quarta-feira (17), no Rio Grande do Sul.

Mas se nada for resolvido, Péricles teme que a imbróglio se torne um problema para todo o País. Ele diz que existe a possibilidade de o Paraná começar a impor barreiras aos produtos dos dois estados. Além de deixar de consumir, também pode fechar as estradas que passam pelo Paraná e ligam a região Sul ao resto do País. “Mas o secretário estadual da Agricultura, Newton Pohl Ribas, está trabalhando fortemente para que a situação não chegue a este ponto. Mas se isto ocorresse, o governo teria todo o apoio do Sindicarne”, comenta Péricles.

Para as exportações, o cenário parece um pouco mais definido. No próximo mês, o Ministério da Agricultura terá uma reunião na OIE e levará os documentos comprovando que o Estado está livre da doença, recuperando o certificado internacional de área livre de febre aftosa sem vacina.