Redação SI (Edição 168/2003) – Incipiente e voltada para o abastecimento do mercado local, a suinocultura pernambucana vem atravessando um período difícil nos últimos anos. Como não produz o milho necessário para suprir a demanda exigida pela atividade, Pernambuco vê-se freqüentemente obrigado a lançar mão da importação, adquirindo os grãos produzido pelos Estados do Centro Oeste e pelo Paraná.
O elevado custo de produção aliado aos preços dos suínos praticados no Estado, atualmente deficitários, complicam ainda mais a situação da produção suinícola pernambucana. No momento, a saca de milho comercializada em Pernambuco está cotada em R$ 36,00. Já o custo médio do quilo do suíno vivo produzido hoje no Estado é, segundo a Aspe, de R$ 2,05.
Como se não bastasse, a excessiva cobrança de taxas e impostos que recai sobre a suinocultura pernambucana também tem castigado os produtores locais. “Os encargos fixos referentes à tributação que o suinocultor pernambucano é obrigado a pagar tem o prejudicado bastante”, afirma o presidente da Associação de Suinocultores de Pernambuco (Aspe), João Batista Oliveira dos Santos, embora não tenha especificado quais são os tributos pagos pelos suinocultores do Estado atualmente.
Estrutura – Segundo dados da Aspe, Pernambuco conta hoje com um plantel de aproximadamente 500 mil animais e de cerca de 39 mil matrizes instaladas. O Estado possui cerca de 85 granjas tecnificadas que trabalham dentro do sistema independente. Em 2002, a suinocultura pernambucana abateu cerca de 620 mil animais. A maior parte dos suínos produzidos no Estado é abatida em municípios de maior porte, e que possuem matadouros com inspeção estadual, como Petrolina, Caruaru e Arcoverde.
Atualmente, o Estado continua a dar seqüência ao programa de controle sanitário, desenvolvido sob orientação técnica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em conjunto com a Secretaria de Produção Rural e Reforma Agrária de Pernambuco.
Segundo o presidente da Aspe, Pernambuco não dispõe de nenhuma linha de crédito que contribua para a permanência dos suinocultores na atividade. De acordo com Santos, também não há qualquer incentivo, seja ele estadual ou federal, para a instalação ou ampliação de propriedades suinícolas.