Na quinta-feira, 1º de dezembro, em reunião realizada em Porto Alegre, o Diretor de Marketing da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Fernando Barros, apresentou o Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) para diretores do SEBRAE RS, juntamente com o Presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Luís Folador, Rodrigo Ramos Rizzo e o Assessor de Comunicação da entidade, Saulo Roberto de Vargas.
Além destes, também estavam presentes João Fernando Nunes de Almeida, da Unidade de Atendimento Coletivo Agronegócios e Territórios Específicos do SEBRAE Nacional, João Paulo Kessler, Gerente do Setorial Agronegócio do SEBRAE RS, Angelo Aguinaga e Gabriel Colle, ambos também do Sebrae RS.
O PNDS é uma parceria entre a ABCS, o SEBRAE Nacional e a Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que contará com o apoio das Associações Estaduais de Criadores de Suínos afiliadas ao sistema ABCS, das Federações Estaduais de Agricultura e dos Sebrae nos Estados, ou seja, um esforço conjunto de todos os elos da cadeia produtiva.
O PNDS tem como objetivo principal ampliar a participação da carne suína na cesta de consumo dos brasileiros. Serão investidos mais de R$ 9 milhões em três anos. Cerca da metade dos recursos é proveniente do sistema SEBRAE, e o restante será contrapartida do sistema ABCS e parceiros institucionais. Os recursos serão aplicados na geração de conhecimento, na produção, industrialização, e, principalmente, na área de comercialização do nosso produto.
Áreas de atuação
O PNDS será iniciado em sete unidades da federação: Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com o seguinte orçamento:
Comercialização R$ 2.392.191,41
Indústrias R$ 1.276.870,07
Produção R$ 1.197.754,35
Geração de Informações R$ 2.182.900,00
Ações Gerais R$ 1.984.717,72
Total R$ 9.033.717,82
Dois quilos a mais no consumo representam mais 200 mil matrizes no campo
O que aconteceria se cada brasileiro consumisse dez bifes de 200g a mais de carne suína por ano? Qual o impacto de sairmos de 13,01kg para 15kg de consumo per capita, contra a média européia de 45 kg? Quais os reflexos sobre cada elo da cadeia produtiva se conseguirmos incorporar o incremento de 2 kg no consumo por brasileiro no prazo total de três anos da implantação do projeto?
Os números surpreendem quem não está acostumado a considerar a força do mercado interno brasileiro, com seus 190 milhões de consumidores, cuja renda tem aumentado sistematicamente nos últimos anos.
Dois quilos a mais no consumo significam também:
– 12 mil novos empregos diretos na produção;
– 60 mil novos empregos diretos e indiretos na cadeia produtiva;
– 14 mil profissionais capacitados em processamento de cortes suínos e novas tecnologias aplicadas às indústrias, ao comércio e à produção.
Implantação do projeto no RS
Na reunião realizada, além da apresentação do projeto, foram discutidas e analisadas diversas questões sobre a execução do mesmo, a qual deve ter início em 2010, após serem esclarecidas questões específicas do desenvolvimento do plano, conforme a estrutura do SEBRAE e da própria ACSURS, que trabalharão em conjunto com frigoríficos e restaurantes.
Segundo o Presidente da Acsurs, Valdecir Folador, duas empresas gaúchas já demonstraram interesse em apoiar o projeto e servir de modelo para implementação, apresentando os novos cortes da carne suína, principal estratégia de aumento do consumo. Segundo o dirigente, nas próximas semanas serão iniciadas as tratativas com estas empresas, para definir qual ou quais serão escolhidas.
Para o Diretor de Marketing da ABCS, Fernando Barros, o projeto será desenvolvido visando desenvolver e trabalhar a percepção da carne suína perante os consumidores, com a apresentação de novos cortes, para inserir a carne no cotidiano dos brasileiros.
A expectativa do projeto é a melhor possível, tendo em vista que na Campanha Um Novo Olhar Sobre a Carne Suína, desenvolvida desde 2007, houve um considerável aumento das vendas da carne nos supermercados em que foram implementados a campanha.
No supermercado em que houve o menor aumento das vendas, o acréscimo foi de 50% enquanto que, no supermercado que registrou o maior aumento, o acréscimo foi de 210% nas vendas. Logo, a carne suína tem muito mercado a ser explorado, internamente. E, caso este seja explorado eficientemente, que é o objetivo do PNDS, resultará em inúmeros benefícios para toda a cadeia suinícola do RS e no país.
Estima-se que os investimentos do projeto no Rio Grande do Sul devam chegar à R$ 600 mil.