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PR consumirá menos carne suína no Natal

Diminuição nas vendas já interferiu nos preços do produto, que registraram queda de 8% em outubro.

Redação SI 20/11/2003 – 05h00 – A reduzida expectativa das grandes redes varejistas com relação ao consumo de carne suína neste final de ano indica que a ceia de Natal dos paranaenses vai ser mais modesta que nos anos anteriores. Informações do mercado revelam que que o volume de compras dos principais supermercados foi 20% menor que a previsão inicial, sinalizada para os frigoríficos em setembro.

A diminuição do consumo estimado refletiu nos preços do produto. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab), a cotação do quilo de suíno caiu 8% no mês passado. Ontem, o produto era comercializado por R$ 1,91, em média, no Estado.

No mercado livre, formado por produtores independentes, a desvaloriazação chegou a 12%. Esses produtores recebiam ontem R$ 1,85 pela mercadoria, informou a Associação Paranaense de Suinocultores (APS). No atacado, o preço da carcaça suína recuou 5%, atingindo R$ 3,40 por quilo.

“As redes não estão esperando uma explosão festiva”, disse o analista econômico do Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados do Paraná (Sindicarne), Gustavo Fanaya. Segundo ele, o consumo de alimentos em geral caiu 15% no último ano. “A queda é proporcional à redução da renda do brasileiro”, lembrou.

O setor industrial não acredita em aumento signficativo de consumo e consequente aumento de preços. No ano passado, como o excesso de oferta derrubou os preços, o brasileiro comprou maior quantidade de carne suína. Em 2003, a cotação mais alta e a lenta recuperação da economia devem inibir as compras no varejo. “O Natal mais farto virá no ano que vêm”, espera.

O comportamento do mercado frustrou a expectativa dos produtores. Irineu Wessler, presidente da APS, afirmou que o setor não esperava a redução dos preços. “Nossa esperança é que o aumento do consumo venha em dezembro, com a proximidade das festas e a finalização do pagamento do 13 salário”, disse.

Apesar da frustração, ele admite que a situação atual é bem melhor que a de 2002, quando, nessa mesma época, o quilo do suíno custava R$ 1,28. A saca de milho, principal insumo da atividade, valia R$ 25,00 ante os R$ 17,00 praticados hoje. “Estamos garantindo uma pequena margem de lucros”, afirmou.

Segundo o médico veterinário Guilherme Oscar Richter, do Deral, o custo médio de produção varia de R$ 1,75 a R$ 1,80. Ele comentou, também, que o Paraná foi o Estado que melhor enfrentou a crise em 2002.

Enquanto Santa Catarina e Rio Grande do Sul (maiores produtores) projetam queda de produção com relação ao ano passado, o volume de abates feitos pelos frigoríficos paranaenses deve crescer 10% com relação às 315 mil toneladas produzidas no ano passado. No Brasil, o volume produzido deve diminuir de 2,9 milhões de toneladas para 2,7 milhões de toneladas.